Dizendo o que há para dizer e o que não...rabiscando, apontando a vida, escrevinhando apenas quando não há nada melhor para fazer!
domingo, junho 20, 2004
Estranho
Sempre foste demasiado estranho para qualquer nível de compreensão. Dizias que a adoravas mas não a querias ter! Ficavas especado a admirá-la, a vê-la sorrir e desaparecer. Ficavas louco de ciúmes quando alguém se aproximava dela e tentavas marcar o teu território tocando-lhe, fazias apenas uma carícia ou fixavas o teu olhar doce e cruel nela. Ela olhava-te com a estranheza de quem não percebe as tuas intenções e nos seus olhos pairava uma nuvem triste. Ia para casa chorar e tu ninguém sabe o que fazias, fingias demasiado. Adoravas estar rodeado de miúdas mas no fundo não as querias, era apenas uma forma de te sentires desejado e acompanhado na tua eterna solidão distante. Estavas sempre infeliz. Muitas vezes tentavas disfarçar com uma piada mas sempre tiveste o mesmo olhar triste. Só uma vez te vi apaixonado. Numa festa. Devias conhecê-la há menos de uma semana, os teus olhos transpiravam desejo. Estavas completamente hipnotizado. Nunca mais te vi assim. Porque te recusas a amar? Ou porque tornas o amor um sentimento só teu? Estranho. Vi a sofrer por ti, angustiada, com raiva e cheia de dúvidas. Mas por mais que chorasse os seus olhos iluminavam-se e a voz tornava-se mais doce quando dizia o teu nome. Como podia ela sofrer por uma coisa que nunca teve? Estranho...
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