Do outro lado do telefone não sabes nada. Não lês pensamentos, não entendes tristezas, não acreditas nas verdades em tons de brincadeira que subliminarmente vão passando. Fala-se de tudo menos do que verdadeiramente gostava de saber, ou talvez não. Se soubesse se calhar já não ouvia mais. 
A impaciência transforma-se em ironia e deita-se tudo a perder, se ninguém souber ler nas entrelinhas. 
  
Fazes-me lembrar alguém, alguém que o tempo endeusou e tu recordas.  Mexes, sem autorização, no passado. 
Queres saber tudo e não revelas nada. Brincas mas pensas. Sem querer cais na tua armadilha. Ou sem querer me envolves. 
