Quando eu era pequenina tinha sempre grandes desgostos no Natal. Ofereciam-me sempre montes de coisas que não gostava e muitas vezes nem sequer sabia o que fazer com elas. Depois de abrir o embrulho com os olhos a brilhar, ansiosa pela surpresa...vinha a desilusão, na maior parte dos casos. Aprendi a não ligar. Achava mesmo que as pessoas ofereciam a primeira coisa que lhes aparecia à frente sem pensarem sequer no destinatário. Depois de alguns desgostos habituei-me a não me iludir com os embrulhos, por mais bonitos e enfeitados que fossem...abro com cuidado, a medo, e penso: seja o que Deus quiser... eu vou sorrir!

O que muda agora é que, com sorte, recebo os talões de troca na hora e tenho a hipótese de mudar a minha sorte depois...no entanto, ainda há sacos com restos de embrulhos que se acumulam lá para casa até conseguir imaginar algum feliz destino para aquilo...e outros com que durante uma semana andarei no carro, a pesarem-me na consciência até fazer algo ou deixar-me vencer!:P

Mas apesar disto gosto muito do Natal e de tudo o que ele envolve e, tenho uma pena imensa que, com o avançar dos anos, as famílias vão ficando cada vez mais pequenas ou afastadas!