segunda-feira, junho 28, 2004

Uma espécie de calor!

Meti-me no carro e apanhei a auto-estrada que me leva de volta às origens. Eram 2 da tarde e o termómetro marcava 28,5 graus em Lisboa. O caminho tinha apenas 140 quilómetros mas à medida que avançava a temperatura ia subindo. Cheguei a Évora com 37 graus. Quase mais dez... Será possível que Lisboa seja uma cidade assim tão fria? Acho que são os alentejanos que aquecem a terra...

sexta-feira, junho 25, 2004

A grande festa!

Adorei o jogo! Foi demais...mas ainda gostei mais de assistir ao lado de 6 gajas. Foi uma experiência única! Umas faziam promessas de amor aos jogadores caso eles marcassem, outras acendiam velinhas por um golo e outras deixavam dedadas no televisor com gestos obscenos. Davamos ordens e sugestões indignadas na nossa bancada original. Tentámos ensinar-lhes o hino. Gritámos demais, fizemos uma corrente humana com muitos tremeliques e palpitações e bajulámos o Ricardo quando marcou o golaço da vida. Odiámos o Beckham enquanto ele parecia uma ameaça e tivemos um debate aceso sobre os seus dotes físicos. Construímos teorias sobre o angustiante passado do 'jovezito' Cristiano Ronaldo e só faltou a lagriminha pelo ciganito. Tivemos pena dos nossos jogadores com tanto empurrão e rasteira. Pedimos pancada e vingança! Explicámos-lhes que era difícil marcar golos se não chutassem com mais força. E que o guarda-redes dos ingleses não queria bolas de bowling para apanhar com as mãos nem ver bolas a voar por cima da baliza. Tivemos pena por eles demonstrarem que têm todos as cabeças tortas incapazes de fazer goledas à cabeçada até ao momento...
Apreciámos os espectadores... houve quem tapasse os olhos e até quem chorasse nos golos! Discutimos os brinquinhos, cabelo e a raça dos meninos. Praguejámos com os nomes mais cómicos. Rimos demais. Sofremos em conjunto. Anunciámos à janela a vitória antes de tempo. Fomos a gritar para o Marquês e era tanta a euforia que até comprei uma t-shirt (que só hoje descobri) era para 2 anos. Parecia um soutien e tinha a bela da barriguita toda ao léu...Vergonhoso migas! Como é que me deixaram andar assim, quando virem as fotos partem-se a rir! O que um jogo e umas jolas fazem...Adoro-vos!

quinta-feira, junho 24, 2004

Hoje vejo futebol!

Não há hipótese de resistir à força da multidão, à emoção de um povo em peso. Hoje vou prá tasca beber umas jolas e ver a bola! Ao contrário dos outros 364 dias lá estou eu vou ser mais uma entre não-sei-quantos milhões a olhar para uns gajinhos a correr atrás de uma bola! E viva Portugal!

terça-feira, junho 22, 2004

Nada era para ser assim!

Não era suposto incendiares-me com o teu olhar...não podias ter estado ali, naquele café que nem sequer era café, e aproximares-te demais. Enquanto lia senti que me tocavas no braço. Era só o braço mas sei que querias marcar a tua presença e dizer-me que estavas ao meu lado. Ao de leve obrigaste-me a sentir-te uma vez mais. Foi tanta coisa num dia só. Tanta intensidade sem gestos, apenas olhares, poucas palavras, algo que fica sempre por dizer. Porque te ofereceste para ir comigo comprar tabaco àquelas horas em que só queria esquecer sentimentos contraditórios? É ridículo o pormenor mas impuseste a tua presença outra vez. Tentaste renascer, deixei-me levar... Toquei-te, sorri, cedi mais um segundo...e acabou tudo. Conseguiste o que querias! É sempre um jogo, não é?
Talvez te tenha magoado depois mas sem querer...talvez por não saber as regras.

segunda-feira, junho 21, 2004

Secret bloguinho

Perguntaram-me qual era a morada do meu blog e, de repente, fiquei envergonhada. Não queria revelar...disseram-me que era uma parvoíce escrever um blog e depois não dar a morada; que se não quisesse que o vissem não o deveria escrever. Será que é assim tão fora do comum? Eu sei que sou um bocado louca e atrofiada... mas talvez escreva apenas porque me apetece escrever!
Comecei a pensar e de facto não sei por que razão o faço. Respondi que era íntimo, que era o meu cantinho resguardado. É que apesar de estar ao alcance de todos fica aqui escondido entre milhões de coisas na Internet. É invisível para muitos milhões e parece-me que quero que continue. (Há pouquinhos a partilhar este esconderijo, são só vocês que já sabem quase tudo)
Escrevo por hábito, pelo prazer de escrever, pela vontade de pôr algo neste papel...Será que era suposto ter apenas uma razão como guia? No meu trabalho já escrevo para tantos milhares que acho que há coisas que devem ficar mais anónimas. Sou desbocada em tudo mas quando toca ao eu mais profundo prefiro que continue meio escondido. Há coisas que só se partilham se forem descobertas, não dadas como adquiridas.
Ninguém ficou muito convencido...Mas a sinceridade raramente convence!
Talvez pese também o facto de não me apetecer expor-me tanto, esquecer a pontuação, o ritmo, repetir as redundâncias e abusar das frases longas... Não ter que emendar as reticências e esquecer todas as regras de gramática que me apetecer. Por momentos escrever livremente, sem pensar em ninguém, mas fugindo às criticas!

domingo, junho 20, 2004

Amizades entre sexos

Às vezes parece mesmo que não dá. Homens e mulheres, por mais que o tentemos evitar, não conseguem ser muito amigos sem pensar em nada mais. Há sempre um desejo escondido pelo menos numa das partes. A verdade é que se essa pessoa é perfeita para lhe contarmos a nossa vida pensamos se não será perfeita para outras intimidades? Acho que não. Há que saber separar e tenho pena que muitos não saibam. O resultado é normalmente desastroso!

Estranho

Sempre foste demasiado estranho para qualquer nível de compreensão. Dizias que a adoravas mas não a querias ter! Ficavas especado a admirá-la, a vê-la sorrir e desaparecer. Ficavas louco de ciúmes quando alguém se aproximava dela e tentavas marcar o teu território tocando-lhe, fazias apenas uma carícia ou fixavas o teu olhar doce e cruel nela. Ela olhava-te com a estranheza de quem não percebe as tuas intenções e nos seus olhos pairava uma nuvem triste. Ia para casa chorar e tu ninguém sabe o que fazias, fingias demasiado. Adoravas estar rodeado de miúdas mas no fundo não as querias, era apenas uma forma de te sentires desejado e acompanhado na tua eterna solidão distante. Estavas sempre infeliz. Muitas vezes tentavas disfarçar com uma piada mas sempre tiveste o mesmo olhar triste. Só uma vez te vi apaixonado. Numa festa. Devias conhecê-la há menos de uma semana, os teus olhos transpiravam desejo. Estavas completamente hipnotizado. Nunca mais te vi assim. Porque te recusas a amar? Ou porque tornas o amor um sentimento só teu? Estranho. Vi a sofrer por ti, angustiada, com raiva e cheia de dúvidas. Mas por mais que chorasse os seus olhos iluminavam-se e a voz tornava-se mais doce quando dizia o teu nome. Como podia ela sofrer por uma coisa que nunca teve? Estranho...

sexta-feira, junho 18, 2004

É triste...

É triste dar demais e não sentir o mesmo de volta. É triste existirem pessoas que só se lembram de nós quando lhes fazemos falta pela necessidade que têm de protagonismo. É triste uma amiga fazer má cara quando lhe pedimos um simples favor e nem conseguir fazê-lo até ao fim. É triste mandar mensagens e não ter respostas quando perguntamos. É triste quando nos apercebemos que uma amiga sabe tanta coisa que nos diz respeito e não conta. É triste quando nos dizem que esperam não se esquecer do que pedimos como uma antecipação da desculpa. É triste o egoísmo daqueles a quem chamamos amigos e tantas vezes só parecem preocupar-se consigo próprios. Sabem pedir, exigir, contestar só não não sabem retribuir!

quarta-feira, junho 16, 2004

Homens para que vos quero!

Talvez reconheça que eles até dão jeito para algumas coisas...
Há 30 electrodomésticos avariados na minha casa. Sei que nada disto acontecia se de facto houvesse um homem por perto. A aparelhagem dá música intermitentemente, o DVD pifou e ando a ver filmes no portátil...
A máquina de lavar a louça já tem pó porque se estragou há séculos e ninguém tem mãozinhas de fada nesta casa. As lâmpadas fundem-se e até ficar na total escuridão gritam para que alguém as arranje. A televisão tem os canais todos mal sintonizados e alguns nem sequer se encontram. O computador é um chaço e acumula informação mal-arrumada segundo dizem os especialistas masculinos. De vez em quando há ténues promessas de ajuda mas nunca passam disso...
O carro anda desejoso de que alguém o leve a tomar uma banhoca mas a dona adia sempre e não há uma alma caridosa - que normalmente se apelida de namorado - que se ofereça prontamente para o fazer.
Este fim-de-semana a caminho do Algarve 3 gajas, sozinhas num veiculo estranho, tiveram que parar a meio da auto-estrada para meter óleo. Como se já está mesmo a ver, faltava um homem...Como é que nós haviamos de saber qual daquelas 50 embalagens na prateleira era a indicada para o carro? Felizmente há telemóveis...de qualquer maneira, foi preciso 1 hora para descobrir onde se abria o capot, como se media o nível, onde estavam os lenços para não sujar as unhas e onde era a tampa do óleo. (Será que o carro ainda precisava de arrefecer mais?) Do outro lado, pai, irmãos, e namorado da desnaturada davam listas intermináveis de instruções, precauções e conselhos futuros! Eles são uns chatos mas são lindos...já sei para que os quero!

Ass: Sam (o outro eu)

Saudades...sim! E por que não?

Tenho saudades, muitas mesmo. Saudades de tanta coisa que passou e não volta atrás. Tanta coisa que em muitas alturas não passou de um momento banal porque estava tudo ali tão perto e de repente o vazio...
Saudades de um passado mais ou menos longinquo em que algumas pessoas entraram na minha vida e me fizeram feliz só por existirem. Raiva dos momentos em que passamos a fingir que nada aconteceu quando demos tanto e recebemos demais. Ódio mesmo! Será que duas pessoas que partilham tantas experiências podem desaparecer assim? Por que razão temos que acabar relações amorosas e perder um amigo ao mesmo tempo? Será que não aguentamos continuar a estar perto de alguém que nos conhece de trás para a frente e da frente para trás só porque já não nos beijamos?

terça-feira, junho 15, 2004

Para ti amiga!

Amigos são pontos de luz na escuridão! Não nos podem ajudar a ultrapassar todas as dificuldades mas iluminam o caminho.
Não retiram os obstáculos mas estendem a mão quando nós tentamos saltá-los.
Não podem evitar as feridas mas tem remédios para que elas sarem de uma forma menos dolorosa.
Não curam desgostos mas cavam connosco o buraco onde os enterramos!
Amigos, ao contrário de muitas teorias, nem sempre se apercebem quando estamos a esgotar as nossas forças mas estão aqui quando pedimos ajuda!
Podem não ser perfeitos, se o fossem se calhar não eram os nossos, mas são os que temos... e assim como temos que ter auto-estima mesmo quando achamos que há poucas razões para isso também devemos continuar a confiar neles mesmo nos momentos que parecem não perceber o mais óbvio!

segunda-feira, junho 14, 2004

Onde foi?

Onde foi que te perdi? Onde foi que te deixei sem dar por isso e me disseste adeus? Onde foi que desististe de mim sem me avisar? Por que partiste sem uma explicação? Adoro reticências mas quando preciso de respostas elas corroem por dentro e amarguram!

Sabor a mar

Aquela sensação, depois de uma banhoca na "sopa" algarvia, de deitar a cabeça na toalha e ouvir ao longe uma quantidade de sons imperceptíveis de gente, ondas e da leve brisa é inesquecível. Até o coração bate de outra forma quando encostamos a cara à toalha e não temos pressa de nada. Chegar a casa e entrar na banheira sem contar os minutos do atraso para o trabalho e relaxar...Jantar: peixinho fresco ainda com os pés na areia e a lua tão perto...burritos com música mexicana...
Nem a viagem de Domingo à noite, a caminho de Lisboa, de novo, apaga um fim-de-semana prolongado em cheio! Fica o sabor salgado a mar e a saudade das férias que ainda não chegaram...

quarta-feira, junho 02, 2004

Tu sempre tu!

Tu sempre me deste raiva e me fizeste feliz! Sempre me fizeste andar e chorar, rir e desligar...
Tu que sempre me deste esperanças e nunca confiaste em mim mais do que curtos meses, dias ou horas...
Tu que me abandonas e que me que me recebes nos teus braços, que me iludes e me deitas abaixo, que me fazes sonhar e perder horas de sono por bons e maus motivos...
Tu que existes para me fazer viver...
Tu que me desprezas quando mais preciso de ti...
Tu que nunca me explicas os teus motivos...e apareces sem te convidarem...
Tu que me possuis...
Tu que me enganas e te peço sempre para voltares!
Tu, sim tu, sentimento estranho- Amor!

Balanças e espelhos

Odeio balanças e espelhos! Acho que são inimigos a abater! Lembro-me disso cada vez que olho para eles. Acho que cada um de nós devia ter a imagem correspondente à personalidade com que nos imaginamos. Assim também seria mais fácil quando os outros nos vissem na rua saber quem éramos ou como nos viamos. A verdade é quando minha imagem está do outro lado, reflectida, sinto-me diferente, desconheço porque sou assim... Não queria estar sempre presa a esta imagem. Se pudesse escolher teria um botão on/off para desaparecer de vez em quando. Apetecia-me contemplar o mundo sem que me vissem...parar e olhar sem preconceitos quando me apetece ficar embasbacada com algo...ou simplesmente ficar a apreciar a beleza do mundo sem ninguém saber!
Ou então reinventaria uma Inês diferente todos os dias consoante o humor. Vestiria a pele de várias pessoas e sentir-me-ia como se sente cada uma no seu mundinho!