segunda-feira, dezembro 27, 2004

Enquanto flutuava senti que me chamavam cá de baixo e não era ninguém. Não sei porque desci à terra...estava tão bem lá longe. Agora trouxe tanta coisa cá para baixo que não serve a ninguém, que não encaixa em nada. O frio invadia-me a alma mas protegia-me.

Impasses

Passo a vida metida neles. Presa na rede do andar para a frente e recuar para trás, na redundância dos meus dilemas. Corre a vida e continuam a atormentar-me... sempre mesmos, como se os dias que não mudassem de cenário dentro da minha cabeça. Eu bem tento acalmar, relaxar, não pensar em nada...mas são tipo fantasmas doentios de esquizofrénico stressado na pressa de tudo saber e nada conseguir resolver.

Estudo? Não estudo? Faço? Não faço? Fujo? Lanço-me de cabeça? Mudo o q? Aguardo? Sou paciente? Não posso parar? Para onde? Digo? Não digo? Fico calada e espero? É isto q quero? Não quero? Por quê? Está na altura? Já passou tempo demais? Escrevo o livro? Não tenho tempo? ou terei? E a ginástica? Sp desculpas? Mas é verdade não há tempo para tudo e para nada? Ou há? E os amores? Não isso é outro assunto, ou não?Procuro emprego? Volto ao antigo? Outro, mas qual? Faço o curso? Serei capaz? Será que vou desistir? A bem? A mal? Tenho coragem? Isto é coragem ou medo? Onde está o destino? O destino existe? e etc etc etc com tantos outros pontos de interrogação...
Como dizia um professor meu: "A Inês é a menina dos porquês". Serei? E isso interessa a quem?

quarta-feira, dezembro 22, 2004

Tudo se muda quando a mudança é caminho!

Há pessoas que podem adoçar o nosso caminho mas não nos fazem mudar de rumo ou seguir outra direcção. E por mais que se queira valorizar os argumentos não há palavras que cheguem, não há sensações que bastem para mudar de um trajecto seguro que já fazemos sozinhos há muito tempo e onde conhecemos o chão por outro feito de cascalho, meio a medo, onde as pedras nem sequer se unem, onde as juntas são frágeis e os mapas ainda estão à espera de mãos mágicas para serem traçados.
(Forasteiros...sempre suspeitos...how naif?)
Este pode não ser o mais curto, o mais fácil, o mais bonito mas é o que já conhecemos. E não é que sejemos avessos à mudança mas é preciso que nos transmitam comfiança para mudar, que nos persuadam, que nos mostrem e não só aliciem.
O que é estranho é não nos apercebermos logo disso no início, quando as encruzilhadas ainda estão longe e não há mais do que uma seta em frente cobarde mas verdadeira, que de facto existe.
Para que passamos a vida a falar e a pensar e a imaginar o que não existe. Na realidade os fantasmas só estão onde nós os colocamos e as encruzilhadas surgem apenas se hesitamos ao andar. Eu sempre fiz este caminho e preciso de mais para arriscar a mudar. Já mudo demasiadas coisas todos os dias nos campos onde a versatilidade é chamada. Mas há coisas "aquelas que são invisíveis aos olhos" e pilares que nos suportam onde não há espaço para o risco. Fico onde estou, já não quero avançar nem um passo mais sem segurança, apoiada nas nuvens. E desta vez levo-me a sério...porque a simpatia quando é demais enjoa!

terça-feira, dezembro 21, 2004

Gostava de te dar esse presente...:(

Hoje enquanto via o jornal da SIC, nas suas habituais reportagens de Natal, numa festa de solidariedade com meninos de instituições de solidariedade do Porto houve um momento que não me deixou indiferente. A jornalista andava a perguntar às crianças o que gostavam de receber no Natal e parou diante de uma menina de sorriso triste que devia ter cerca de 8 anos. Perguntou-lhe o que gostava de receber. E ela respondeu confiante:
- Um diário. A jornalista voltou a interpelar:
- Um diário? Para quê?
-Para escrever o que se passa nos meus dias.
-E o que é que se passa nos teus dias?
-Uns dias passam bem e outros são maus-respondeu a criança com um encolher de ombros e uma careta que deixava adivinhar algum sofrimento.
Menina se pudesse encontrar-te teria o máximo prazer em oferecer-te um diário, pudera eu satisfazer esse desejo tão simples... Mas menina um diário de uma criança da tua idade não é suposto ter dias maus. Espero que pelo menos seja um refúgio para reencontrares o sorriso que devias ter a iluminar-te o rosto.
Espero que o teu Natal seja um desses dias que passa bem, ou melhor, muito feliz e que possas descrevê-lo porque qualquer papelinho teu será um diário se o guardares com carinho e só para ti!

É justo!

Uma gaja passa mais de 20 anos a tentar ser magra. Quando consegue, chamam-lhe etíope, desrabada e outras coisas mimosas que tais! Com amigas destas quem é que precisa de inimigas?
Oh baleias do meu coração, manquem-se!

segunda-feira, dezembro 13, 2004

Oh tempo volta para trás...lá lá...dá-me as coisas que eu não vivi...lá...lá...lá

Às vezes é engraçado perceber como os sitíos onde as pessoas nos encontram determinam a idade que julgam que temos...essa é uma experiência frequente na minha vida ultimamente. Hoje fui à loja do cartão ( uma coisa que vocês, católicas da velha guarda não conhecem...porque nos bons e velhos tempos o parque era gratuito) e o sr. resolveu meter conversa comigo. Aquele tipo de conversa sobre o tempo que tanto contribui para a nossa felicidade.
-Ai menina, o tempo passa tão rápido, já viu que já estamos quase nas festas?
-É verdade...-e faço um sorriso simpático.
-É que passa mesmo a correr....
-Pois para mim não tem passado assim tão rápido, com os testes (percebi mesmo que ele queria que eu acrescentasse algo...que ele aproveitou)
-Pois para si passa devagar, mas vai ver quando acabar o curso, casar e tiver filhos vai ver como o tempo passa a correr. Quando estiver quase nos 30 é um instante...eu já tenho 46 e não dei por nada.
-Pois é...talvez...Espero que ainda falte muito para lá chegar (sorrisinho idiota amarelado)- Então adeus, boa tarde! (e saio antes que ele perceba que acabar o curso já acabei mas parece que não sigo propriamente o caminho normal. Acabar o curso? Casar? Ter filhos? Porque é que as pessoas juntam logo as três coisas?)
Dá para pelo menos os desconhecidos não me fazerem sentir estranha? Não valia a pena partilhar a minha vida com aquele sr., afinal era só uma banal conversa sobre o tempo...e ele já tem 46...

domingo, dezembro 12, 2004

Roubo

Ontem fui tomar um copo a um bar no Bairro Alto. Estive sempre sentada na mesma mesa e nunca me levantei, a mala ora estava no colo ora em cima da cadeira que estava mesmo junto a mim onde estavam também os casacos de todo o grupo. Mexi no telemóvel várias vezes para mandar mensagens, para mostrar fotos, etc. Quando estavamos a sair do bar pus a mão à mala para ver se havia mensagens e de repente percebi que já não o tinha. Vi todos os centímetros de chão do bar e não o encontrei, liguei na esperança de o ter perdido e alguém sem maldade o ter encontrado...nada! Foi mesmo roubo, mesmo diante dos meus olhos e de todas as pessoas sentadas à mesa porque estava na cabeceira e todos estavam virados para o meu lado. É tão estranho... Como é que é possível que o ladrão tenha metido a mão tão depressa e tenha conseguido tirá-lo logo se qualquer mulher demora horas a encontrar o tlm na mala quando toca? Estou tão lixada...o tlm faz-me falta, todos os contactos de amigos que se perdem...as mensagens que não desgravamos porque adoramos rever, as fotos que fazem tanto sentido... :(
Agora só os amigos de há bastante tempo (da geração antes do tlm, ou pelo menos quando não abusávamos tanto dele) sabem como contactar-me... para o telefone de casa se ainda se lembrarem ou tiverem na agenda.:(

sábado, dezembro 11, 2004

Oh God!

Como é que é possível que a pessoa que tem menos noções de estética do meu grupo, da minha turma e talvez do meu ano se ofereça sempre para fazer as capas dos trabalhos de grupo? São uma visão do Inferno, espero que a professora não avalie a parte estética...a sério ela quer meter tudo na capa e cada linha que escreve vai aumentando o tamanho da letra. Começa mais ao menos na letra 12 e acaba na 60... a primeira folha dos trabalhos parece sempre aqueles quadros que existem nos oftalmologistas que vão aumentando o tamanho das letras para os ceguetas conseguirem ler. São o inverso de qualquer tipo de bom-gosto...God!
Bolas! E eu não tenho lata para dizer nada porque acho que é uma piroseira tal que até parece que está a gozar com a nossa cara...ela é tão simpática e inteligente...mas deve-lhe faltar algum neurónio mais virado para as artes, para a decoração...whatever...

A montanha-russa

Ontem alguém me confessou que a sua vida estava tão boa agora que tinha medo de acordar no dia de amanhã e as coisas mudarem, porque só podiam piorar. Fiquei com uma inveja saudável de não poder dizer o mesmo. Mas fez-me pensar que às vezes, em cada duas voltas completas ao mostrador do relógio, tudo se altera. Num momento estamos insuportáveis de felicidade e apetece-nos rir, por tudo e por nada, e no outro dia um rasgo súbito de stresse e angústia vem ao de cima e estraga tudo. Desaparece o arco-íris e chove sem fazer sol. Damos cambalhotas de 360 graus e vira noite cerrada ou nasce aquele que é para todos-o sol. (Salvé Aleluia Salvé:P)
Basta um telefonema, um café, uma má nota, um dia de estudo sem resultados...
De eufóricos de alegria passa-se a destroçados em lágrimas e enevoados em tristezas profundas. No entanto, é essa a graça da vida, apesar de nos fazer sofrer com a incerteza do amanhã, ensina-nos que tudo se transforma num estalar de dedos...e quando menos se esperara cai um raio de tempestade que, das duas uma: ou traz a bonança ou o mau tempo. Tudo está em aberto em cada alvorada como um jogo sem regras... São os zigue-zagues, em curvas e contra-curvas que nos fazem cair e levantar.
O pior é quando estamos mal e o carrocel parece parado à espera de indicações!

quinta-feira, dezembro 09, 2004

Gato borralheiro e a abóbora

Era uma vez...um gato borralheiro muito trabalhador... vivia para trabalhar demais, dia e noite, do sol nascer ao pôr do sol, os livros eram os seus melhores companheiros. Ao contrário da gata borralheira ele não era mal-tratado por todos, apenas queria ser príncipe e acreditava que essa era a maneira mais mais correcta de lá chegar. Não cedia a tentações e levava a vida regrada de um recluso por livre vontade mas feliz na sua paz própria. Um dia conheceu, inesperadamente, uma abóbora falante que viria a mudar a sua vida, pelo menos um pedacinho muito pequenino dela.
Achou-lhe piada, nunca tinha conhecido uma abóbora daquelas, era diferente das outras, talvez quase divertida, interessante, quem sabe até remotamente atraente. Olhava-a sempre de soslaio, com uma dose de desconfiança típica da espécie, afinal um gato que se preze nunca se deixa prender...
Nunca percebeu bem o que sentia por aquele ser laranjita mas de facto, os momentos em que ficavam sozinhos e conversavam até se perderem alegravam-no de uma forma estranha e davam-lhe umas tonalidades menos cinzentas. Desabafou com ela-um pouco só, porque neste reino tudo tem ouvidos e é bem conhecida a feroz competição animal- e tornaram-se amigos contra todas as expectativas longínquas do gato sem botas. Pelo menos era o que a abóbora pensava...Passavam horas na amena cavaqueira, mas talvez fosse apenas amena...
O gato borralheiro explicava-lhe as coisas do seu mundo e a abóbora partilhava com ele umas pevides que o faziam rir. Até que um dia a abóbora começou a sentir que aqueles momentos eram os melhores do seu dia e que as suas pevides batiam mais forte quando estavam ao pé do gatinho...atordoada e tonta pelos sentimentos a pequena abóbora revelou-se um pouco mais, chegou-se mais perto e deu-lhe um beijo terno. Na verdade as abóboras não são muito conhecidas pela sua inteligência e capacidade de discernimento.
O gato hesitou, sentiu-se enebriado... ficou sem palavras, não sabia o que havia de fazer, era tudo tão novo...até estava a gostar da sensação mas era estranho estar envolvido com uma abóbora, sabia que esse caminho lhe poderia atrapalhar em muito a sua vida organizada e completa onde uma abóbora a mais poderia ocupar muito espaço...Aquilo de certeza que não vinha nos livros dos grandes príncipes.
Pensou. Nesse dia fechou as janelas da sua casa e tratou das lides com uma lágriminha no olho...depois de esfregar os bigodes ansiosamente durante 2 ou 3 dias seguidos decidiu ter uma conversa séria com a abóbora. Vestiu-se de Maquiavel e lá foi ele com o seu terrível sorriso dengoso.
Disse-lhe com um ar complacente que ela era gorda demais para caber na sua vida. Que tinha muita pena de que as suas pevides batessem mais forte quando estava ao pé dele mas que se tinha fartado de ponderar com os seus bigodes e tinha chegado à conclusão que havia coisas mais importantes do que namoriscar abóboras...pediu muitas desculpas e saiu como os gatos...de fininho...perigosos...que deixam o rabinho de fora da porta a indiciar algo... e continuam a olhar com o olhar traiçoeiro e sedutor que só os gatos têm.
A abóbora disfarçou e chorou para dentro da sua casca. Afinal estava enganada. Tinha pensado que aqueles momentos eram tão especiais para os dois mas devia ser tudo fruto da sua imaginação aboboral... hoje tenta não aparecer tanto naquela janela com vista para o borralheiro. Tenta medir o seu sorriso para não ficar tão haloween como dantes, mas as luzes continuam a acender-se com os olhos traiçoeiros do gato.
O gato, esse, mantém-se ocupado e tenta não se distrair. Às vezes no silêncio da noite diz para si "Abóboras há muitas seu palerma", se esta partir outras virão quando tiver mais tempo e for príncipe!
As amigas da abóbora consolam-na dizendo "os gatos são todos iguais, já devias saber... ele é que é parvo, não ligues"..."Há-de haver gatos com muito mais botas por aí e que te merecem muito mais" . Mas a abórora às vezes fica cabisbaixa...aquele borralheiro deu-lhe a volta às pevides e ainda mexe com as suas sopas.
O final não é feliz porque não há histórias de encantar entre gatos borralheiros e abóboras...já deviam saber...
The end

PS- Depois desta história nasceu aquela música "atirei o pau ao gato, to to...mas o gato, to, to não morreu". A d. Chica e a Pulga são das melhores amigas da Abóbora.

terça-feira, dezembro 07, 2004

Cúmplices- Mafalda Veiga

Um trecho de pensamento do dia reflectido numa música viciante e relaxante nesta constante caminhada pelo deserto "onde nada parece bater certo" e há tão poucos oásis. Talvez para ti...ou para mim!

"Fica tão fácil entregar
a alma
a quem nos traga um sopro do deserto
olhar onde a distância nunca acalma
esperando o que vier de peito aberto

se eu fosse
a tua pele
se tu fosses o meu caminho
se nenhum de nós se sentisse nunca sozinho"....:(

Prognósticos, prognósticos só no fim do jogo!



domingo, dezembro 05, 2004

À Diós le pido...

À minha frente mais um monte de folhas quadriculadas se empilham sem sentido. Faço, risco, rabisco e procuro respostas emaranhadas em dúvidas que se acumulam em cada quadrado. Falha-me a calma, começo outra vez a sentir o pânico de quem se esforça e não consegue. Era tão importante conseguir desta vez...preciso de esperança! Acertar agora era o empurrãozito que precisava para aguentar mais umas derrocadas!
Como diz o meu sobrinho "medo" (ele não diz mesmo a frase toda mas chega para entender). Depois enrosca-se nos braços mais próximos, o medo passa e volta a ter aquele sorriso delicioso. Eu não sei onde estão os braços que me acalmam e me protegem nestas alturas.
Tento combatê-lo com estudo mas parece que não chega, talvez o Miguel Maria seja mais inteligente... :P

quarta-feira, dezembro 01, 2004

Egoísticamente triste

Estou cansada, triste, angustiada, não sei o que fazer, apetece-me esquecer de tudo e fingir que nada disto existe. Tenho raiva, medo, sinto-me absolutamente perdida sem saber o que fazer à minha vida. Sei que é injusto dizê-lo mas sinto-me incompreendida, magoada, só neste caminho! Estou tão frágil que não sei se tombo ao cair da próxima lágrima...precisva de tudo neste momento e não há ninguém que o entenda agora!

segunda-feira, novembro 29, 2004

A dengosisse é lixada

Há dias em que um olhar meiguinho nos toca mais fundo e quase temos a sensação de nos vermos de fora. E a nossa frente um rosto que se inclina para a direita sem dar por isso, se apoia na parede mais próxima para não se desequilibrar naqueles passinhos curtos com que nos balançamos quando estamos com o nervoso miudinho... que faz ruguinhas laterais e deliciosas nos lábios e repuxa os olhos com delicadeza, num sorriso terno do olhar. Não planeado, despertado por uma ternura instantânea... Porque estamos sensíveis ou mais atentos em alguns momentos fica um calorzinho bom na alma que reconforta depois de um dia para esquecer...
É tão bom saber que ainda há pessoas que mantém a ternura e a meiguice das expressões depois de crescidinhos...e que nos deixam esta sensação boa...mesmo quando não a percebemos...

Sinceridade-um dos maiores bens e tão escasso!

Irrita-me! Qual Mafaldinha esperançosa ainda estou à espera do dia em que à minha volta (e já não digo no mundo todo, para não ser mais utópica do que já sou, e para não correr o risco disto parecer um discurso de miss Portugal) todos sejam sinceros e ninguém tenha medo de admitir o que pensa ou sente face ao que quer que seja.
Porra! Passa tudo a vida cheia de merdinhas, atrofianços e coranços, segredos, inseguranças e vergonhas (qd não é maldade) para dizer as coisas, para perguntar, para fazer... Não era mais fácil dizermos, deitarmos cá para fora sem rodeios o essencial? Anda meio mundo a sofrer porque não diz e mais meio a sofrer porque não ouve, como diz uma grande sábia popular, "manquem-se para a vida"! É tão bom desbocar! Falar! Por mais que custe ouvir ou pôr em prática a sinceridade ela é tão boa...alivia, cria laços de confiança, tira toneladas dos ombros...
Por isso, façam-me um favor, sempre que consigam, pelo menos comigo, sejam sinceros/as..."Quem diz a verdade não merece castigo" e é tão bom confiar...
e saber que sou desbocada mas não estou rodeada de falsos, melindrsdos, intimidados ou medrosos...para quê recorrer a indirectas e charadas quando gostamos das pessoas que estão à nossa frente?
Com os inimigos ainda vá que não vá! Sejam falsos à vontade se me odiarem mas poupem-me se tiverem alguma consideração por mim é que até o tempo se poupa...evitam-se tantos desperdícios, sonhos, ilusões, fantasias, desilusões, expectativas, irritações...
Estou farta de tanta angustiazinha absolutamente desnecessária nesse submundo de gente com os sentimentos enterrados ao pé das raízes profundas da flor da pele!
Isto não é um ataque a ninguém, é uma constatação que me deixa tristinha às vezes, não estou chateada... é uma proposta aberta (um pedido) aos cabeçudos/as que enfiam a carapuça... que somos quase todos em tantas situações! O silêncio já era...a moda da comunicação sem ruídos é tão mais saudável! Não concordam ou sou só eu que sou monga?

domingo, novembro 28, 2004

do estilo buidi pi pi

Ah ona ah oná dê
Ai mini mini mai
macarrona tutifai
tutifai ai ai
unisep sep sep
unisip sip sip
unisop sop sop
unisup sup sup

Porque me lembro de joguinhos sem sentido da infância e não consigo memorizar as definições que precisava? Será porque são memórias mais felizes?

O sabonete tinta azul...
tem o prazer de apresentar...:P

p.s. (vergonhoso)-alguém quer vir saltar ao elásticou ou jogar à macaca para desanuviar?
Estou a ficar louca!:P
Acho que devia ter voltado à primária em vez de repetir a faculdade...

sábado, novembro 27, 2004

Foste entrando sem pedir...quase td foi(/é) demais?

Há pessoas que entram na nossa vida de formas absolutamente inesperadas e que mexem e remexem nos sentimentos mais puros, nas alegrias e nos mais pequenos detalhes. Muitas vezes nem damos quase por ter deixado a porta aberta mas sentimo-nos bem de as receber no nosso cantinho à beira da personalidade plantado. Contudo o inesperado faz com que muitas vezes não saibamos como reagir se se afastam, um pouco que seja, se hesitam, se se escondem ou invadem totalmente o nosso espaço... depois de abrirmos o mundo tão rapidamente. (Sérá que deviamos-ou deviamos passar a pedir o cv, carta de recomendação e plano de expectativas antes?).
Frequentemente nem sabemos bem quem são, donde vem e o que querem mas sabe-se lá porquê sabe bem tê-las ao nosso lado mesmo sem saber nada mais do que 3 centímetros além do superficial. Só quando paramos para pensar um pouco e procuramos definir como as olhamos aparece a dúvida e, em prol do bem que sabe estarmos junto a elas, continuamos sem lhe dar resposta. A única coisa que sabemos que estas pessoas vem cheias de coisas boas e sensações agradáveis na mochila mas esquecemo-nos de pensar o que levam de nós ao partir, em cada dia...como nos veêm? O que pensam de nós? E se essa mochila tem fundo falso? Devemos abrir para verificar ou seguir no doce carpe diem de cada viagem?

quinta-feira, novembro 25, 2004

I will survive...stronger than ever...Lindo!

Finalmente sinto-me empenhada, forte e decidida. Desta vez vou em frente sem tropeçar nos obstáculos. Já não tenho medo porque derrubei o desânimo com a teimosia. Sei que sou forte mesmo na adversidade e não me vou deixar cair. Estou a construir os pilares com cimento. Meti na cabeça que vou ser capaz e ai de alguém que se meta no caminho com falinhas de corno manso. Por momentos esqueço-me que sinto e sou racional até aguentar o frio que começa a entupir as veias.
(Afinal é esse o dos vencedores falhados que, às vezes, me rodeiam para se distrairem da vida cinzenta que levam-isto é a parte raivosa de que tento convencer-me)

domingo, novembro 21, 2004

Um dia de Domingo...faz de conta "qui´ ainda" é cedo...

Hoje, que é Domingo, apeteceu-me mandar a matemática e outras espertinhas que tais às urtigas, e passar uma tarde de Domingo de Inverno como antigamente. Na companhia das minhas amigas, rodeadas de sacos de supermercado com tudo o que é porcaria ( e a que temos direito), refasteladas no sofá a ver dvd´s a tarde toda até à noite e a falar de tudo e de nada... (E de ti Rita sempre a escolher o melhor sofá e ressonares no meio do filme(:P)
No fim um olhar para o relógio de relance, uma esperguiçadela domingueira, e uma queda brusca na realidade... onde cada uma se despedia a queixar-se de que amanhã o dia de trabalho ia ser lixado.
Agora as amigas estão longe, ainda não mandei o dvd a arranjar e amanhã não há trabalho...há uma escolinha onde não sei se fico muito tempo, onde não sei se o esforço compensa ou se amanhã fecho os olhos e me recuso a continuar a começar as segundas-feiras assim.

O jogo do caracol...prático e fácil!

As minhas colegas inventaram um novo jogo que tenho mesmo que partilhar porque cada vez que me lembro dá-me vontade de rir feita parva. Outro dia numa aula infinita inventaram o jogo do caracol que dá para fazer em qualquer lugar, só precisam de ter um tabuleiro redondo em forma de cabeça de miúda com aqueles cabelos impressionantemente encaracoladinhos. Depois o objectivo é uma simples corrida de mechas. As jogadoras sentam-se cada uma de um lado da pachorrenta "tabuleira" e puxam o mais possível para ver qual é o caracol que desenrola mais e ganha mais balanço. É um jogo de perícia.:P
Se vissem as minhas colegas todas contentes a jogar tenho a certeza que se partiam a rir como eu. Até a tabuleira, que incansável, tentava tirar apontamentos se ria. Realmente há pessoas com muito savoir faire.

À beira do sonho

O sonho às vezes está tão perto e foge por entre os dedos de uma mão. Está-se quase e falta uma palavra, um beijo, um toque apenas. O sonho fica ali, parado, onde o imortalizamos, onde sabemos que esse mínimo mudaria tudo. Mas há medos que não se ultrapassam e troca-se tudo pela segurança do que está quase lá... despede-se do sonho, no receio de perder o que agarramos com força, por não dizer uma palavra a mais, por conter só mais um gesto angustiante.

sexta-feira, novembro 19, 2004

Onde mora sem sentido

Como cabem tantas dúvidas num mundo tão pequenino?
Encosta, sente o coração, não compasses.
Porque batia...sente-se mesmo na negação
fiquei um minuto mais a escutar.
Pus a alma de parte e não sonhei, realidade...
Vi e estava ali onde previsto
Onde a imaginação o desnorteara
com o despertador desligado na cabeceira.
Sorri, era verdade. Desta vez não queria
já sabia e sempre o soube
não era agora
repousei nesse olhar
ternura por quê adiar
um beijo e é manhã
ao lado outro mundo
mas o que tinha foi tudo
passou e enterrou-se no mesmo local
frio com flores de carinho
nada mais, nada assim como antes
no tempo onde ainda não estava
antes de tudo ser rápido
porque antes da pausa não se para
e primeiro que o pensamento
o desejo e intuição
esse sentir forte
que dispara os sinais
e mostra mesmo o que se tapa
no medo entorpece os sentidos
outra vez
agora que se parte de novo
a começar onde não se ficou
já não se perdem os dias
mas destroi-se a calma
que era pacífica e sincera.
Sem dor a mágoa do incerto
sem pistas
não digerido, escondido,
e o tempo. Passa que não passa
nada melhor que ele
na espuma dos dias
na névoa de quem não viu
na noite
onde mora a tristeza
em forma de esquecimento
mas não se apaga.

quinta-feira, novembro 18, 2004

Por um sorriso

Hoje alguém me reconheceu na universidade. Não sei se vocês católicas do meu coração se lembram de um senhor que estava na caixa do refeitório de comunicação- não tenho a certeza se se chama António-é um senhor de cor bastante simpático, que agora está na cantina do meu edifício.
Hoje almocei lá e quando ia para pagar ele perguntou-me se eu não tinha já lá andado e se não era a irmã do meu manito. Disse que sim e ri-me. Expliquei que ainda não o tinha cumprimentado melhor porque não sabia se ele me reconhecia. Respondeu que me reconheceu logo pelo sorriso. Isto pode parecer ridículo mas soube tão bem que alguém se lembrasse de mim...e ainda por cima por causa do meu sorriso. Senti um apertozinho doce no coração. Especialmente numa altura que me sinto desanimada e a perder as forças estes pequenos gestos fazem-me bem:)

quarta-feira, novembro 17, 2004

Aceitam-se conselhos...

Ando com uma necessidade louca de escrever um artigo para "fazer o gostinho ao dedo", tenho várias boas ideias, que sei que me compravam de certeza, mas estou com medo de propor. Das últimas duas vezes que o fiz, às duas revistas com quem supostamente trabalho, acharam que as ideias eram óptimas e o problema foi mesmo esse. Acharam os temas tão interessantes que mos roubaram pondo outros jornalistas contratados a fazê-los (eu sei que sai mais barato mas é indecente seus #5&#""?$!). E tive que continuar a sorrir porque afinal eles mandam, eles podem, eles cabrões assumidos tem muita gente para se sujeitar a borlas e a tudo mais (Quantas de vocês não sabem exactamente o que isso é?)
O meu dilema é que agora não sei bem o que hei-de fazer :(...sinto-me num beco em que a saída é sempre a mesma. Esbarrar numa parede que não muda, em pessoas tão estúpidas que hão-de ser sempre iguais.
Acham que corra o risco outra vez ou que o escreva e só no final tente vendê-lo? Se bem que posso correr igual risco mesmo que o tenha pronto mas era ainda mais baixo nível... também já não duvido de nada...
Quando me lembro desta falta de escrúpulos nas atitudes fico triste e recordo a razão porque larguei tudo e voltei a estudar... Por que razão é que se desvaloriza tanto a nossa profissão? Por que é que a comunicação social no nosso país está nas mãos de uma cambada de absolutos imbecis que só pensam em fazer dinheiro a qualquer custo sem olhar a meios...
Dá-me raiva pensar que adoro a minha profissão (que se calhar era mesmo nisso que podia ser mais bem sucedida e sentir-me super realizada) e por causa da bandalheira daqueles que mandam no nosso país, de poderzinhos estúpidos e de gente disposta a tudo de todas as maneiras a classe está inundada em podridão e desvalorizada até ao irrisório. Que raio de quarto poder é este que reflecte todos os males de uma sociedade medíocre? Sinto-me revoltada...
Porque é que eu tenho o eterno jeito para o abismo e gosto sempre do que mais me faz sofrer?
Amigas e coleguitas se souberem de alguém que esteja a precisar de um free-lancezito e respeite minimamente não hesitem em avisar...nem que seja a escrever folhetos... :(
Sinha, quando é que começamos a escrever o nosso livro? Agora era uma altura fantástica: era lindo metade em espanhol e passado em Madrid e a outra parte aqui em Lisboa. Um romance bilingue e lançado em Espanha (ai sempre se dá mais valor às coisas).Que te parece? Alinhas? E olha que apesar de louca não estou a brincar...

terça-feira, novembro 16, 2004

Ando sempre a perder as chaves...

Fala-me de ti. Mostra-me o mundo por trás desse olhar perdido e estranhamente inseguro. Ultrapassa as coisas banais de arco-íris em livros para colorir. Não faças cerimónia abre a porta entreaberta e deixa entrar o sonho do desconhecido.

A todos os mongas cinicamente preocupados

Por que é que mesmo as pessoas que não se preocupam connosco em mais aspecto nenhum nos dizem constantemente: "devias deixar de fumar?"-num tom moralista e agoniantemente chato. Mongas!
E depois acrescentam: Faz-te mal, sabias? Duhhh...Eu saber sei (porque também tenho Tv em casa e até já escrevi artigos sobre o assunto-sou muita boa, n'é?)...
Mas penso sempre que se deixássemos de fazer tudo o que mesmo absurdamente nos dá um prazer caótico e perigoso virávamos santinhos do pau oco com focinho de estátua do Vaticano. E depois, do que é que falavamos? Das inúmeras coisas boas e saudáveis que fazemos todos os dias? Dos frescos da capela Sistina? Das boas acções quwe passariam a ser simplesmente acções?
E recordavamos o quê: os monótomos dias passados, sem stresses nem tristezas, sealtos e baixos, sem maldade nem ironia... ui tão bons e cristianamente calmos que nem saberiamos valorizá-los? Há que conhecer o mau para saborear cada bom momento, para sugar até ao tutano (linda expressão) a felicidade, para a devorar com loucura e mesmo de barriga ao lado pedir mais e mais.
É verdade eu quero deixar de fumar e admito que sou viciada e tenho noção do mal que faz ( por estranho que isso possa parecer a muito boa gente) mas há tanta coisa que faz mal e sabe tão bem (poupo os exemplos escabrosos) mas sabiam que as batatas fritas podem provocar cancro?
...e agora o grave é que na maioria das vezes as palavras sábias do "devias deixar de fumar" saem das bocas erradas, de pessoas que se estão positivamente cagando para o meu bem-estar...tanto, mas tanto, que só tenho vontade de lhes atirar as beatas para cima com o mesmo sorriso cínicdamente preocupado que me fazem!
Este texto não é para os que se preocupam de facto...a esses agradeço apenas...obriguem-me, forcem-me, ocupem-me de outras maneiras se conseguirem!:P Até agora esta é mais uma companhia de que ainda não consegui abdicar...

Rita lê com cuidado!:P

Rita eu sei que vais ficar chocada mas eu tenho que te dizer: ando viciada no CD de Mafalda Veiga que me gravaste já há uns tempinhos.
É estranho, de repente algumas letras parecem fazer sentido, (se calhar tens mesmo razão, voltei aos 18 anos e ninguém me avisou) e pior virei piegas! O que é que será que me pode acontecer mais? E olha em algumas coisas sinto-me feliz por isso...
Vejam como é possível arruinar uma letra mesmo sem cantar...:P Agora por isso, quando é que vamos ao karaoque do mister cho (apaixonado em sofrimento pela maldosa e cruel Jordan Maria)?


Olha pra mim (dá para olhares mm?)
Deixa voar os sonhos (isto é só a brincar, na realidade quero quer os agarres)
Deixa acalmar a tormenta (que é culpa tua)
Senta-te um pouco aí (ou aqui mais perto, é como quiseres)
Olha pra mim (embora ande com muitas olheiras tenta imaginar-me mais bonitinha)
Fica no meu abrigo (se não perceberes quer dizer em minha casa)
Dorme no meu abraço (talvez nos braços seja melhor ou eu nos teus que és pesado!)
E conta comigo
Que eu estarei aqui (contigo, de preferência)
enquanto anoitece, enquanto escurece
e os brilhos do mundo
cintilam em nós (tipo Barbie e Ken cintilantes)
eu estarei sempre que te sentires só
enquanto tu sentes que se quebrou tudo (ou seja, que já se partiu a loiça toda)
Olha pra mim (agora de soslaio para não veres as imperfeições)
Hoje não há batalhas (isto não prometo)
Hoje não há tristeza (se tiveres aqui talvez me esqueça de estar triste)
deixa sair o sol (que é para ficarmos às escurinhas)
Olha pra mim (ou fecha os olhos e sente apenas com os olhos da imaginação)
fica no meu abrigo
perde-te nos teus sonhos (e nos meus, vá lá...)
e conta comigo
enquanto anoitece, enquanto escurece
e os brilhos do mundo cintilam em nós (supé brilhantes, supé estrelas, supé bem)
enquanto tu sentes que se quebrou tudo (e eu não?)
eu estarei sempre que te sentires só (ou não... mas se não estiver volto rápido...espera um instantinho)
enquanto anoitece, enquanto escurece
e os brilhos do mundo cintilam em nós (again and again)
enquanto tu sentes que se quebrou tudo
eu estarei sempre que te sentires só (também não abuses...tenho outras coisas para fazer tb)
eu estarei sempre que te sentires só

segunda-feira, novembro 15, 2004

Como diz o povo e muito bem "depois da tempestade vêm a bonança" e é tão bom voltar à normalidade e saber que podemos continuar a ser o que éramos sem ressentimentos.
"Mãos frias, coração quente, amor ardente"...dei comigo a pensar: Será que no Inverno viramos mais pinga-amor? Ou única coisa que pinga é o nariz? Por via das dúvidas ponho as mãos à frente do aquecedor...e deixo o coração arrefecer!

ET phones Home

Espero que sintas o que dizes e que digas o que sintas, eu cá já me calei mas continuo a adorar a conversa!:P

Parabéns a um de nós ou aos dois!

Faz hoje um ano que nos conhecemos (não sei porque me lembro, até não sou muito boa para datas) mas fixei talvez porque marquei esse dia no meu diário, não foi bom nem mau-foi estranho! Não sei se sou eu que estou de parabéns por te aturar ou tu.
No dia em que me conheceste chamaste-me mentirosa mas na realidade ficaste ali. Registaste-me no telemóvel da forma mais badalhoca. Foste burro! Eu não era nada do que pensaste. Tudo o que te disse era verdade e foi apenas um mero acaso falar contigo ainda que continues sem ter a certeza... Já senti muita coisa contraditória, ainda hoje não sei se valeu a pena conhecer-te:P
Entrei no ano ao teu lado e desapareceste. Tu mudaste de cidade, eu mudei de vida. Não sei se estamos mais perto desde que estamos longe ou se a distância aproxima a saudade.
És um sacanita simpático mas talvez por passares tanto tempo a suspeitar de mim ainda não consigo confiar completamente naquilo que dizes. Depois de ser a última das prioridades depois da mana, do namorado da mana, das sobrinhas, do pai, da mãe, do surf, do futebol, da lista infinita de amigos de todas as partes, dos primos que não são primos de verdade passei a este lugar incerto onde não se está bem nem mal desde que não se pense muito sobre o assunto. Ainda bem que nunca te levei a sério...só a ironia me valeu!
Comecei por ser o plano da última incógnita, nem sabia o que isso significava mas tive raiva quando descobri. É engraçado como as pessoas podem construir ideias tão erradas...em que letra estaremos agora? Embora já não me preocupe muito tenho alguma curiosidade!:P Monga! Só escrevo assim porque sei que não vais ler, ou será que vais às escondidas? Já tens razão para imbirrar outra vez!
Falam, falam, falam...

sábado, novembro 13, 2004

Piroso mas com sentido

Há pessoas que merecem todo o meu carinho mas que são tão diferentes nas atitudes que às vezes não sei como reagir. Outro dia deixei cair uma lágrima, senti-me perdida por causa de uma nota ou de uma perspectiva desesperada de futuro próximo enevoada...estava numa aula e mais do que nunca pensei que aquele não era o meu lugar...que tudo não passava de um erro.
Sentada no meio de um pesadelo em que olhava para o quadro e estava preenchido com números e símbolos que não entendia e o profe sempre a dizer "isto é de caras", "isto é claríssimo". a frequência negativa em cima da mesa respondia por mim. Os olhos ficaram vermelhos e essa caiu desatenta e rolou nervosa.
Ela, sentada ao meu lado, acabou por reparar, e deu-me a mão. Disse-me para me animar (:P) que aquilo era facílimo...é sempre bom porque ainda me fez sentir mais burra (mas a intenção era boa). Sorri apesar do desespero. Ofereceu-se para me explicar tudo depois das aulas...hoje ajudou-me! Mais do que me explicar a decifrar o código académico fez-me ver que ainda vale a pena acreditar nas boas intenções de algumas pessoas. Que há gente que é capaz de ter atitudes altruístas só para impedir uma lágrima de cair. Ofereci-lhe boleia(era o mínimo que podia fazer), sim porque ela tinha mais que fazer e já estava atrasada para a vidinha dela, e ainda me agradeceu a conversa...diz que adora falar comigo e atrasou um pouco mais a sua vida para ficar mais uns minutinhos dentro do carro...
É uma querida. Conseguiu ter várias atitudes espontâneas que me surpreenderam e que me fazem sentir que às vezes vale a pena acreditar quando nos dão a mão sem pedir nada em troca.

sexta-feira, novembro 12, 2004

Em vão...

Não consegui olhar de frente. Não sei se tinha medo de sentir mais ou de ver a realidade. Queria mostrar-me e esconder-me em mim, distante, para responder ao silêncio que me magoa.

Strange world

Hoje tinhamos que formar grupos para um trabalho. Quando a profe me perguntou qual era o meu disse que não tinha. Ela disse que não fazia mal nenhum e ofereceu-se para fazer comigo. Será que vou conseguir ter boa nota com a profe a fazer trabalho de grupo comigo? Acham normal e sou eu que sou estranha? Ou é ela que não se manca?
Só gostava de saber se ela também vai para as práticas fazê-lo comigo ou tenho que cravar o profe das práticas para entrar neste grupo "sui generis"?

quinta-feira, novembro 11, 2004

secret smile

Acabei de falar ao telefone com o puto da minha vida-o meu sobrinho- é lindo! É tão bom saber que do outro lado da linha está alguém que chama por nós e nos faz esquecer tudo o que é cinzento. Estive a cantar ao telefone com ele, ouvi-o a rir e a repetir o que dizia. Disseram que ele é que me quis ligar porque viu a minha foto e chamou por mim. É maravilhoso saber que fazemos parte do pequeno mundinho de um ser absolutamente fantástico que nem sequer tem dois anos mas que mexe com toda a nossa vida e escolhas. Hoje tenho um humor de cão raivoso mas não consegui deixar de rir com vontade. É tão gratificante existirem pessoas de palmo e meio assim. Onde é que se perde a inocência, a pureza e a sinceridade de quem chora e faz birra quando partimos porque não nos quer largar, de quem nos diz que "pechisa" de brincar connosco e nos faz sentir essenciais dizendo apenas o nosso nome envolto num papel de carinho inconsciente e delicioso. Amo-te demais pequenino!

Transeunte sem alma

O silêncio falou e pensei que não queria ouvir mais.
Percorri ruas ao acaso, passiei comigo, senti a brisa fresca a gelar-me os sentimentos e secar uma lágrima estúpida e teimosa...vaguiei... Vi gente que não me diz nada, cruzei-me com eles num caminho onde o único destino era a calçada que pisava. Olhei-os nos olhos para ver o vazio. Andei porque apenas queria sentir o chão firme e o cheiro de um dia triste.

quarta-feira, novembro 10, 2004

Deslarguem-me...:P

Eu bem tento não meter a pata na poça mas elas não me saem do caminho...não se desviam! Não tenho a culpa, n'é?

terça-feira, novembro 09, 2004

It´s my party and i cry if i want to!

Hoje vou afogar as mágoas em copos de vodka e espero que elas não me afoguem a mim. Nadar ou não nadar contra a maré, eis a questão?

Tudo morre...até os sonhos!

Morre-se um dia mais quando os sonhos tombam e as esperanças esbarram contra o muro das incertezas. Nada mais e tudo para começar de novo a caminho de uma ilusão que foge. Medo, insegurança, verdade. A realidade que não se quer ver e treme à nossa volta acusando a sua presença em tragos insólitos de quotidiano. Morre-se um dia mais e apagam-se as luzes de um caminho cada vez mais solitário e perturbador. Desistir, talvez...e porque não? Perseguir outro sonho válido pré-destinado. Levam-se chapadas do destino. Tropeça-se e a dor é imensa, insuportável, angustiante e suja. Luta-se numa batalha perdida à partida onde todos marcham ao contrário. Acaba-se o dia, esquece-se tudo e reza-se que o amanhã ao nascer traga consigo a força dos dias esquecidos.

domingo, novembro 07, 2004

A.F. e D.F. (antes das frequências e depois das frequências)

Vou voltar à "época das vacas gordas". Felizmente há tempo para algo mais do que estudar e estar sem estudar mas com peso na consciência por não o fazer. Durante umas semaninhas altero as minhas prioridades: preciso de dormir, tomar cafés, cinemas, livros, saídas, telefonemas sem minutos contados e muito amor e carinho:P que vem ai pior-receber os resultados das frequências!
Avisa-se os desprevenidos e susceptíveis de que prometi a mim mesma (até parece que é ano novo) que vou ser uma crominha e estudar todos os dias um bocadinho para não voltar a stressar como nas últimas duas semanas! Agradece-se que não venham dias ventosos para não arrastarem as minhas promessas pelo ar mais uma vez! É desta que viro criança aplicada e aprendo a gerir o meu tempo!
A intenção é boa, já não falta tudo!

sexta-feira, novembro 05, 2004

Mentalmente loira e lerda

É sempre bom fazer figura de otária à frente das pessoas que mais nos interessam...eu, nos últimos tempos, ando especialista na matéria!
Estou a pensar seriamente em mudar o tom de cabelo...talvez um tom loiro tenha mais a ver com a minha condição mental actualmente! (no ofense lézinha!)

quarta-feira, novembro 03, 2004

Para variar...

Fui traída por meia hora...mais meia hora e poderia fazer a diferença entre uma positiva e uma nega! Sinto uma mistura de raiva e angústia! Quase que tenho pena de mim. Sabia fazer e não pude...descobri qual é a minha herança alentejana- o raciocínio matemático-a única coisa em que sou lenta demais.
Adorava ser tão mais lenta em tanta coisa na vida mas a matemática não é uma delas definitivamente! Merda, com todas as letras Merda! Tou lixada!

terça-feira, novembro 02, 2004

Por uma centena de razões...

Por tantas e tantas mais razões, umas mais plausíveis, sérias e fundamentadas, outras menos racionais, algumas de vaidade, e outras só porque sim... gostava mesmo de ter boa nota a matemática. Bem perto do topo, ou mesmo no pódio dos motivos está a angustia de falhar na disciplina me que é a base do curso que estou a começar e que ainda não estou segura de ter sido a escolha mais acertada. E se falho agora, sinto que nunca mais vou acertar ou conseguir endireitar-me. Fico ainda mais coxa nesta corrida...talvez o cronómetro me queira dizer que é tarde para mudar tudo...e começar de novo algo que já não tenho direito...
Esta nota talvez pese demasiado nas minhas escolhas a curto prazo...talvez me abra os olhos para uma realidade que não quero ver, ou talvez não...
Não sei se vou ter a força necessária para continuar a bater numa tecla errada...e talvez esta nota me diga se é errada. Nela vão estar condensadas demasiadas expectativas, medos, sonhos por construir ou desfeitos. Vai pôr a prova a minha resistência...sinceramente não sei se consigo suportar mais uma nega. Custa tanto...tento não pensar nisso e ser optimista, de uma forma que nem eu própria achava que conseguia, mas agora à medida que os ponteiros do relógio me roubam tempo e me matam de ansiedade, sinto-me fraca de novo. À memória acorrem as recordações de alguns fracassos tão recentes e tão revoltantes-2 negas...vergonha, raiva, sobretudo muita tristeza num grito que tento calar, num choro que afasto...sufoco!
Não sei até onde a minha auto-estima aguenta a contradição, até onde a minha teimosia contraria o destino...
Mas na realidade sei que não estou a dar o meu melhor ainda...e pesa na consciência alguma culpa. Receio tanto mas ainda não utilizei todas as armas, todas as forças...espero que cheguem as muitas que já usei!
Preciso urgentemente de fazer as pazes com o destino mesmo que isso me faça sofrer ou não...a nota talvez me dê um sinal! Torçam por mim, please!

domingo, outubro 31, 2004

Tico, teco, o ajudante da limpeza, o neurónio desempregado, o dramático, o conversador, o louco e o anãozinho tímido foram com o Pai Natal ao circo...

...e eu fiquei a divagar com a sebenta de matemática que não parece querer comunicar comigo.
Talvez medo de sentir e magoar sem intenção...não faço de propósito...sinto apenas...mas sinto-o talvez erradamente! Receio voltar à conversa da "intimidação"-que irremediavelmente me persegue- no meio de tantas diferenças... Se calhar vou ser eu a intimidada para quebrar a rotina. Não sei se avanço se recuo...ai, ai...que vergonha!:P
Abro ecxepção: fico quieta e calada, escondida em mim sem partir a casca! Não sei quem tem mais medo desta vez...No meio de tudo parece-me que é mais fácil concentrar-me e estudar!

Para o grupinho maravilha das católicas...

Meninas ando com uma nostalgia imensa-gostava de vos obrigar a voltarem a tirar este curso comigo! Estão abertas as inscrições para outras loucas...
Na sexta-feira, pela primeira vez desde que voltei à universidade, entrei num dos nossos recantos mágicos onde partilhámos tantos stresses e angústias...onde rimos e falámos demais. Onde nos matámos a estudar (só para algumas, claro:P) e perdemos a concentração...A bela da sala de fumo da biblioteca. Confesso-vos que andei feita maluquinha a percorrer aqueles corredores de livros e a sentir o cheiro a saudade que se mistura com o pó (e até isso continua igual).
Sentada na sala de fumo lembrei-me de ti Sinha- dos últimos 50 cigarros antes de entrar para as frequências, das noites mal dormidas por turnos, dos "não-sei-nada", do "estou em branco" e etc e tal. Lembrei-me da falta que me faziam os teus apontamentos e da forma como dividimos o mundo...
Lembrei-me de ti Rita- baldas como sempre-mas especialmente, lembrei-me do início, em que adoravas ouvir-me para estudar e eu falar para recordar-a conjugação perfeita.
De ti João com os teus horários tão próprios e da tua inigualável descontracção natural. Do teu riso confiante e calmo...da tua paz e ironia. Dos longos cafés de sempre e que espero que não acabem...
"The last but not the least"- a loira de serviço. Quem mais senão tu...a tua espontaneadade e disponibilidade. "o meu nome é ....de Sousa Lé":P. Do teu stresse ao lado das stressadas, da tua calma ao lado das baldas. Da tua irritação: "Por causa de vocês chego sempre a casa a cheirar a fumo...". Da tua memória para todas as datas...
Balanças, gémeos e o caranguejo a andar de lado, a tentar apanhar tudo e a contrabalançar:P
E de repente, no meio de alguns cigarros pensativos (sim porque os meus cigarros também pensam, não são só os dos grandes escritores) senti-vos a todas ali, sem apoio mas apoiada nas boas recordaçãoes que não se apagam e que, vezes sem conta, me têm invadido com tanta intensidade. Senti falta das bocas, das piadas, do corte-e-costura...mas dei por mim com um sorriso estupido na cara e uma vontade muito maior de voltar às contas que falho ora sim, ora sim, ora sim e ora não quando calha.
Agora já ninguém me manda escritinhos no meio das aulas nem joga ao cadaver esquisito comigo!:P
As saudades são tão traiçoeiras...

Amigos para sempre

Estive a ler um artigo da Visão desta semana que vos dedico- Amigos para sempre. É verdade que não está muito bem escrito, podia estar bastante melhor. A jornalista conseguiu assassinar um tema fantástico...nem ela sabe provavelmente quantos desejariam fazer temas como este por essa comunicação social a fora... mas criticas à parte, vale a pena ler por algumas das citações que incluiu no texto e, que pelo menos a mim, fazem muito sentido.
Destaco uma de um escritor brasileiro: "Eu poderia suportar que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos", Vinicius de Moraes. E misturo-a com uma frase que ela escreveu mais à frente: "Para muitos, a amizade é outra forma de amar, mais incondicional até".
Acabo a divagação com a última frase do texto também da autoria do grande Vinicius (embora inclua um erro de palmatória-mas o sr era brasileiro coitadito...): "A gente não faz amigos, reconhece-os".

A todos os que foram, são e serão meus amigos, ou a todos os que conseguir reconhecer ao longo da vida queria dizer que vos adoro! E que não faz sentido viver sem vocês meus amorzitos. Só tenho pena de ter perdido alguns pelo caminho...mas espero não voltar a cair no mesmo erro.
(Cheira-me que ando muito lamechinhas...mesmo sem ter bebido:P)


terça-feira, outubro 26, 2004

La Palice- o segredo!

A todos o que invocam o seu nome em vão...
A sério seus desgraçados o homem já anda à voltas no túmulo há demasiado tempo, deixem-no em paz...é que na realidade ele não era loiro nem sequer dizia asneiras...
O senhor de la Palice era um guerreiro francês de nome Jacques de Chabannes (1470-1525). Apesar da sua fama tão negativa, que tem perdurado ao longo dos séculos, a expressão "verdade à La Palice" deve-se a um erro de interpretação. Na sua época, este chefe militar celebrizou-se pela vitória em várias campanhas. Até que, na batalha de Pavia, foi morto em pleno combate. E os soldados (ou melhor os sacanas dos soldados) que ele comandava, impressionados pela sua valentia, compuseram em sua honra (o que é sempre simpático) uma canção com versos ingénuos (supostamente) que diziam o seguinte: "O Senhor de La Palice / Morreu em frente a Pavia; / Momentos antes da sua morte, / Podem crer, inda vivia."
Pois é, foram estas palavras sábias que dedicaram ao mestre que fizeram com que ainda hoje, passado séculos, ande tudo a gozar com o desgraçado. O autor queria dizer que Jacques de Chabannes pelejara até ao fim, isto é, "momentos antes da sua morte", ainda lutava. Mas saiu-lhe um truísmo, ou seja, uma evidência tão óbvia que acabou por destruir a fama do corajoso Jacques de Chabannes para todo o sempre. É lixado!

Pois...

Se calhar fiz asneira...o silêncio consome por dentro!
Nem sequer sei se fiz mas se fiz talvez tenha sido sem querer
Ou num querer inconsciente!
(vira o disco e toca o mesmo)

domingo, outubro 24, 2004

O Direito é um mimo

O que eu mais adoro no direito é a capacidade de tornar tudo mais simples.
Uma definição de estudar- à moda do direito-seria qualquer coisa do género: Acto lícito e necessário à vida em sociedade com características de hipoteticidade, abstracção, e generalidade de um indivíduo indeterminado que no cumprimento da sua obrigação de ordem ético-normativa dispensa algumas horas (ver art.5º do cc) a epinar literalmente, no sentido objectivo, de acordo com o espírito da lei matérias essenciais à convivência. Tendo em conta o princípio da autonomia da vontade e apoiado em valores de segurança e justiça na prossecução dos fins. Aquele que não cumprir a norma jurídica injuntiva prroíbitiva descrita na anterior alínea
a)será considerado inapto nos termos do artigo 69 do art. xpto
b)pode ser vetado da disciplina em questão disposta no código...
c)e leia as outras 30 alíneas que de acordo como o professor bloqueado mental se aplicam a determinados casos importantíssimos.
Poderá o infractor incorrer ainda em consequências desfavoráveis- sanções- cumulativas de caracter preventivo, repressivas (compulsórias, reconstitutivas ou compensatórias) e punitivas...

A sério estou muito agradecida por não me terem dado equivalência a esta disciplina. Vou colar no carro um autocolante daqueles muitaaaa xiiirosss do tipo: I (coraçãozinho) Law ou cuidado estudante de Direito a bordo!

It's all so grey!

Até à última resisto...odeio despedidas mas sei que é hora de dizer adeus ao Verão. Ligo o aquecedor, aqueço um chá e enrosco-me num cachecol. Sinto o frio a intrometer-se no meu humor.
Saio à rua e ouço vozes fanhosas que se cruzam comigo no passeio, olhos a pingar e narizes em ruídos estridentes a enfiarem-se em lenços amarrotados. As gotas da chuva, que cai a medo, salpicam-me a alma de nostalgia. E as pessoas, que passeiam sorrisos apagados, empurram-se em centros comerciais. Páro e olho à volta...roubaram-me a minha mesa do café...Bebo em pé e reparo que está tudo vestido de castanhos, pretos e azuis escuros...já enterraram o Verão antes de mim e toldaram-me o pensamento. Vou de cor-de-rosa onde tudo é cinzento mas sinto-me a desbotar. Há uma saudade de calor que ainda me abraça num até breve à primavera! Até lá tento que a alegria não hiberne!

enDIREITar

Hoje vou ser uma pessoa séria e aplicada. Vou tentar estudar direito como uma rapariga às direitas. Ou à americana, como diz um ilustre professor de economia, tradução-"à marrare".
Não me distraiam por favor...já sabem que eu não resisto e o tempo escasseia...começo a entrar naquele período em que a alma começa a tremer mais uma vez... e a vontade é tão pouca...só intervalo para os simpsons-os 25 minutos mais intlectualmente rejubilantes do fim-de-semana :P

sábado, outubro 23, 2004

Dá para me explicarem?

Se Deus, que é Deus, escreve direito por linhas tortas por que razão é que eu, simples mortal, tenho que estudar direito? Eu sempre gostei mais dos caminhos ínvios...:(

Puro veneno II

Pois é amigas para quem me perguntou como são os rapazes da minha universidade, e porque sinto veneno a correr nas veias:P, vou descrever-vos 1 belo espécime.
Há um rapazinho muito engraçado, de apelido supéééé chique- Espírito Santo- é impossível imaginar melhor...que com medo que as pessoas não percebam o queque que ele é acentua até ferir os nossos ouvidos a sua pronúncia hiper-super "jumbo-ò-nasalada" e, pior, de tia (e não de tio). Ele usa tanto o nariz para falar que eu tenho a sensação que ele deve tirar os macacos da boca. O belo do projecto Espírito Santo pinta a cara com pintinhas vermelhas de esferográfica e o nariz com sinais pretos (sim porque eu não acredito que alguém do seu nível tenha borbulhas horrorosas-isso é hábito de pobrinho). Além disso abana as ancas porque fica sempre bem num homenzinho dar um pouco à nalga, não acham? Quem não gostaria de andar com um gajo que se abana? É supééééé in.
Mas o que mais me preocupa é a voz, uma combinação melódica entre José Castelo Branco e Cláudio Ramos. Eu tenho a certeza, que as eventuais namoradas daquele rapazito, nos contactos íntimos não fecham os olhos para ter a certeza que não estão a beijar (ou etc e tal) uma gaja. Se é que beijar se usa...se calhar também é hábito do povo. Provavelmente como os tios adoram simplificar as demostrações de carinho, por exemplo, dando só um beijinho em vez de dois também poupam no resto. Em vez de um linguado, por exemplo, colam só a boca e deixam a língua sossegada. Em vez de ....despem-se só e ficam a olhar uns para os outros...
Ai, é tão bom ser do povão!

Puro veneno (interdito aos mais susceptíveis)

Ontem saltou-me meia-tampa. Estava numa aula e uma boa de uma imbecil, que por acaso, nasceu na mesma terra (mas que à parte disso não tem qualquer outra semelhança comigo) resolveu pôr em prática a sua prolixidade e mandar uma boquinha tão estupidamente típica de gajas (e não consigo mesmo chamar-lhe rapariga) que se senta na primeira fila. Com a sua carinha de bosta mal-cozida e rabinho arrebitado resolveu pronunciar o que cito: " Vocês queimam os neurónios a beber e depois não conseguem fazer os exercícios"-disse do alto da sua tribuna de rectidão. Ao que eu, uma das visadas, instintivamente respondi com uma ironia muito soft (tendo em conta que a bostinha ainda só tem 18 anos e estava na aula de uma pessoa que respeito bastante).
Para informação adicional este "piqueno" ser que se acha o supra-sumo da inteligência (porque entrou para a universidade com média de 15 e tem bolsa...um feito tão admirável, que até eu entrei com 2 valores acima). E, que diz à boca cheia: "eu sou super-religiosa, aqui na católica vou à missa todos os dias e sou madrinha de crisma de "n" amigas (=a pateguinhas como eu) " é conhecida por dentro e por fora por vários meninos da minha terra, os últimos dois namorados são dos gajos mais broncos e bêbados da terra e tem uma armação na cabeça que não pára de crescer. (logo aí tinha mais era que se calar).
Além disso imbuída do seu espírito cristão de entreajuda quando lhe pedem fotocópias de aulas, ela oferece-se para as passar em casa e depois devolve só metade do que foi dado e com erros propositados para prejudicar as outras. A piquena bosta acha-se muito esperta.
Eu tenho tentado ser muito cristã quando a ouço, ao contrário dela, porque também já teve alguns piquenos comentários agradáveis comigo...que, em situações normais, já mereciam algo mais...
Há ainda outros mínimos pormenores de pura maldade a acrescentar: O pai dela é dirigente político da minha terra, de um partido que tem a fama de a única pessoa que gosta de mulheres ser a Dina, e, na minha terra deve ter 0,000001 de votantes (a sua família). Esse digno representante da moral, quando eu tinha 16 anos fez-se a mim quando o fui entrevistar para um trabalho de liceu. Além disso, os homens "importantes" da terra conhecem-lhe de cor os boxers e as mulheres dos outros também.
É triste, muito triste que quem tem telhados de vidro tente atirar pedras. Da minha parte só não lhe atirei um computador à cabeça porque tive pena do computador, que vale bem mais!

Onde nasce o preconceito...

Desde que voltei à universidade várias vezes me perguntaram qual o curso que tirei antes. Depois de responder comunicação social a resposta é quase sempre a mesma "pois, era mais fácil...este é mais difícil não é? "A minha resposta é sempre delicada e simpática, uma vez que, não me apetece discutir...se respondesse o que pensava talvez já tivesse mais inimigos! (porque como vocês sabem a tolerância, até um limite bastante razoável, ainda é uma característica que prezo bastante).
Mas aqui vai, o que em nome da tolerância calo, mas penso: Há cerca de um mês e meio que tenho aulas de gestão e como não sou a burra de comunicação social que alguns pensam eu explico: Nem professores nem alunos daquela tão sábia e superior carreira que é a gestão/economia conseguem dizer mais do que duas frases sem dar, pelo menos, um pontapé colossal na gramática. Tenho sebentas, livros, apontamentos e fotocópias de aulas de colegas cheias de erros ortográficos e gramaticais (dignos de risota para alunos da primária) e redundâncias levadas ao limite. Eu, ao menos, admito que a minha matemática é fraca porque a deixei há 10 anos(mesmo assim houve dezenas de geniozinhos que conseguiram ter notas inferiores, sabe-se lá por quê...).
A questão é: eles falam há mais de 16 anos, escrevem há mais 12 ininterruptamente e não conseguem fazê-lo sem assassinar o português. Além disso a maior parte tem dicções tão vergonhosas que ninguém percebe o que tentam ler em voz alta nas aulas. Não lêem livros, a não ser os de estudo (carregados de erros).
A única coisa que se começam a preocupar é trocar alguns relances com as gordas dos jornais (e só porque naquela faculdade) a imprensa é "gratees". E quem são esses burros que estão por trás daquelas letras? Que escrevem aquelas coisas? São a classe, que vocês inundados em preconceitos, menosprezam...
Eu explico. Os economistas e gestores não eram nada se não existissem uns deficientes (como eu e alguns colegas) que quase de borla (comparando com os salários que estes gestores, um dia, vão receber) se matam diariamente para lhes servir a actualidade de bandeja.
E mais: Vocês um dia vão aparecer na televisão e ser o alvo de muitos colegas meus para obter comentários sobre a situação económica do país (que nas mãos de gente preconceituosa vai continuar de mal a pior). Vão gozar com o que lhes perguntarem (como já ouvi fazer naquelas aulas 3 professores)mas nem sequer vão conseguir contar a história de forma perceptível porque têm discursos mal construídos (perdem meia-hora) a expilcar o que se pode dizer em 2 minutos).
A questão é sempre a mesma. Nós, jornalistas, quando não sabemos recorremos aos especialistas. Vocês continuam a dar calinadas grosseiras e a gozar com as dos outros julgando-se os maiores. Mas mesmo assim pelam-se por aparecer nos jornais...e por quê?
Em qualquer país do mundo civilizado há quem perceba que a comunicação social é o quarto poder e, frequentemente, o primeiro. Mas os meus coleguitas e alguns professores ainda estão longe do progresso como está Portugal.
Um dia espero que acordem do mundo da fantasia...e do faz de conta. Até lá gostava de os ver sem televisões, sem telejornais, sem revistas e sem rádios...onde a maioria destes seres desprezíveis- chamados jornalistas- se matam de borla por dar ao mundo ferramentas essenciais para a compreensão do dia-a-dia!
E mais não digo...porque quem sabe, percebe, quem não sabe orgulha-se da sua igno`rância e continua a vestir a capa do preconceito!

quarta-feira, outubro 20, 2004

Comunicado urgente

Não se sabe do seu paradeiro, saiu de casa de sua mãe há, pelo menos, uma semana atrás sem dizer para onde ia. Pede-se urgentemente a quem a encontrar para dar notícias do paradeiro a esta " mãe" desnaturada. Chama-se concentração, não deve ter mais de 5 anos e costuma andar vestida de cores garridas. Não tem qualquer tipo de deficiência, a não ser uma acentuada tendência para fugir quanto mais se precisa dela. Tem um ar irónico mas não é perigosa. Oferece-se compensação a quem a devolver intacta. Bigada!

Tio Marcelo

Há uns tempos li um artigo, que era capa da Visão, sobre uma espécie de "doença" ou moda das pessoas que tentavam ser como o Marcelo Rebelo de Sousa, no número de horas que dormiam por noite, (aproximadamente 3). Embora ache que dormir é um prazer também considero um desperdício termos que dormir tantas horas para conseguir pôr o Tico e o Teco a funcionar, pelo menos a meio gaz.
No entanto, acho que sem querer sinto o meu ritmo completamente alterado. Há séculos que não consigo dormir mais do que 4 ou 5 escassas horitas por noite. O mais grave é que, embora não esteja a fazer de propósito, o meu "piqueno" organismo alentejano não se habitua às modas tão facilmente.
A consequência é dramática: Durante o dia tenho que andar a apanhar as olheiras do chão, a pôr suspensórios nos olhos, e a dar umas palmadinhas na cabeça para ver se lá dentro eles acordam e, às vezes, tenho mesmo a sensação que vou entrar em curto-circuito cerebral tipo desenho animado. (Bem já não falo do "look junkie à força"...já só falta andar com um cartaz ao pescoço a dizer "Please, do not disturb!".
Mas ainda há mais- o mais rídiculo desta situação toda é que fico feliz, com um sorrisinho interior totalmente estúpido, (realmente devo precisar de pouco para ser feliz:P) quando olho para o relógio e pressinto que vou conseguir alcançar o objecto mais desejado durante o dia- a cama- uns minutos mais cedo! Até o rádio-despertador tem a opção sleep...
Marcelo, quando for grande, também quero ser como tu!... Vá podem começar a atirar a primeira pedra:P...que eu espero já estar em vale de lençóis:P...

terça-feira, outubro 19, 2004

À falta de melhor

Sabem aquelas pessoas chatas e muito chatas, com que nos cruzamos na vida, que mesmo quando não têm mais nada para dizer continuam a violar os nossos ouvidos com conversa que começa no "pois é, cá estamos", "Está chover...e vento" e que nos obrigam a reponder: "É verdade, está a chegar o Inverno...pois, pois". Conversas interessantíssimas em que se aprende imenso...pois é hoje apetece-me ser assim. Não tenho nada para dizer mas acho que estou melhor aqui sentada do que a fazer o tpc de contabilidade. Então, meus amigos, mesmo sem nada para escrever...porque os últimos testes atiraram a minha imaginação numa saca, atada por um cordel, para o fundo do precipício...cá estou, a escrever:P
Por isso, deixo-vos um poemita, que está colado na minha parede...e que de vez em quando, leio e sinto...pelo menos ainda não tenho amigos imaginários como o gajinho que assina o poema. Um tal de Fernando Pessoa...que quando também não tinha nada melhor para fazer ou fumava ópio ou escrevia pela mão dos amiguitos invisíveis! Disfrutem do excerto de "Deste modo e do Outro"

"Procuro dizer o que sinto
Sem pensar em que o sinto.
Procuro encostar as palavras à idéia
E não precisar dum corredor
Do pensamento para as palavras

Nem sempre consigo sentir o que sei que devo sentir.
O meu pensamento só muito devagar atravessa o rio a nado
Porque lhe pesa o fato que os homens o fizeram usar.

Procuro despir-me do que aprendi,
Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram,
E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos,
Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras,
Desembrulhar-me e ser eu, não Alberto Caeiro,
Mas um animal humano que a Natureza produziu.

E assim escrevo, querendo sentir a Natureza"

É xiiiro, Sinha tu gostas pelo menos...e para quem já ouviu tantas vezes na caixa de mensagens de um telemóvel "Dizem, esquecem, não dizem, dissessem...." há que dar o desconto!:P
Eu bem vos avisei para me internarem antes de isto começar a piorar...

Informação de trânsito

(Para as amigas e amiguitos com quem tenho comunicado pouco desde que tenho a mania que sou estudante justifica-se...)
O trânsito intenso de "têpêcês" e aproximação vertiginosa das frequências têm causado alguns acidentes de percurso. Há muitos sinais intermitentes e buracos perigosos neste caminho. A circulação está cortada em alguns sentidos, especialmente, nas loucas saídas à noite e viagens a Espanha (com muita, muita, muita...pena minha). A visibilidade é reduzida, em particular, no trço da matemática e no cruzamento da informática. Esperam-se ainda longas filas de espera de livros e apontamentos espalhados pela casa...e a condutora começa a stressar (coisa rara, aliás...).

segunda-feira, outubro 18, 2004

Mistériiiiiio

Comprei um lip-gloss que sabe a fruta de la pasión! É azul. Só ainda não percebi ao que é que sabe.
(Se o meu irmão estivesse a ler isto, dizia logo, "Desde de pequenina que tens a mania de escolher as coisas pelas cores...querias sempre os gelados cor-de-laranja e verde eléctrico, cheios de corantes e depois queixavas-te!" lolo...querem ver que ainda tenho que dar razão ao maninho?)
Mas este sabe bem, só não reconheço...

Azia

No dia mundial do sabor provei o gosto amargo de duas negas seguidas...A sério há novas experiências que é preferível não ter!

sábado, outubro 16, 2004

A economia da vida II

A economia parte do princípio que as pessoas agem de forma racional (ou seja, de acordo com as suas preferências). E ao fazerem aquilo que acham que é melhor para si acabam por estar a contribuir para o bem geral e para o equilíbrio do sistema. (é a tal história da manápula invisível que nos empurra para o que é melhor para nós e, consequentemente, para todos).
A minha dúvida é: Como é que se resolve o problema económico quando o dito ou a dita em questão não sabe o que é racional, ou seja, não sabe o que é melhor para si? Será que aparece outra mãozita invisível que nos aconselha? ou que nos bate? :P

A economia da vida

Há uma lei da economia que diz que os problemas geram reacções, que por sua vez, levam, na maioria das vezes, às soluções. É assim que funciona o mercado ajustando-se constantemente às necessidades da sociedade...E costuma-se dizer que as pessoas funcionam da mesma maneira. Será?

quarta-feira, outubro 13, 2004

Luz ao fundo do túnel!

Tive 18,5 a contabilidade! Está feliz, a petiz lá, lá, lá...
Sempre dá para compensar um pouco os danos morais de estar para breve receber a nega a matemática...
Claro isto ainda são só mini-testes...por isso, é importante desvalorizá-los porque contam pouco na nota final e porque não quero deseperar com a desilusão da matemática! Apesar de ainda não ter acabado esta primeira leva de provas em formato reduzido, as frequências, infelizmente, já estão também à porta-começam a 25!

Bigada amiga

Bigada. Sabia que só tu podias fazer-me sentir mal àcerca da tal situação por isso liguei. É tão bom ter alguém que nos dê umas chapadinhas quando nós estamos a caminhar hipnotizados para o abismo! É irónico e contraditório mas realmente em certos assuntos somos tão burros...onde está a racionalidade quando precisamos dela?

terça-feira, outubro 12, 2004

Regresso ao passado

Há muito tempo que não me ria tanto...hoje à tarde tive que fazer um trabalho de grupo de contabilidade. O grupo não foi propriamente escolhido por mim...basicamente na última aula a que cheguei atrasada sentei-me ao lado de duas raparigas e automaticamente passei a fazer do grupo de trabalho que era o que estavam a decidir quando cheguei. O quarto elemento foi a próxima atrasada a entrar na aula que também se veio sentar ao meu lado...e que por acaso acho que é das miúdas mais porreiras da turma.
Hoje estivémos horas a falar. É giro somos todas absolutamente diferentes: uma é madeirense e toda maluca e "prá-frentex", a outra é de Torres Vedras, a dar para o brejeiro e ajuda o pai a vender no mercado e a última era bolseira de um dos colégios mais queques de Lisboa-o belo do Valsassina (Juro que não sei se é assim que se escreve), dá catequese, fala pelos cotovelos, é inteligentissima mas incapaz de se concentrar mais de 2 segundos consecutivos e eu, euzinha 8 ou 9 anos mais velha que elas...a dar por mim a cuscar tudo e mais alguma coisa...lolo...já fiquei a saber tudo sobre os possíveis romances da minha turma e acabei a apreciar meninos de 18 anos (não divulguem à PJ)... foi de partir o coco a rir. A combinação era hilariante...todas as conversas descambaram para perspectivas comicamente variadas. A mistura de sotaques e de maneiras de falar era digna de ser gravada...daqui a 4 anos estas diferenças provavelmente serão muito mais ténues...mas hoje fizeram-me ganhar a tarde. Mesmo assim conseguimos fazer o trabalho... Incrível!

segunda-feira, outubro 11, 2004

A prova dos nove

Estou triste! Falhei, correu mal o teste de matemática e vou ter nega. Fiz todos os testes dos anos anteriores (cerca de 10) e tinha sempre boa nota, no meu falhei...era demasiado diferente para aquilo que me tinha preparado. Podia ter um 15 ou 16 noutro qualquer doutro ano e neste vou ter no máximo 9. Depois de tanto esforço apetece-me esganar alguém! Vou tentar ser optimista mas agora ainda é mais difícil...

sábado, outubro 09, 2004

Instantes decisivos

Dei comigo a pensar no filme "Instantes decisivos" e vi a minha vida passar à minha frente. Cada vez que falho um exercício de matemática abate-se sobre a cabeça um sentimento de culpa...e se nada era suposto ser assim? E se este não era caminho? Neste momento apetecia-me estar em Espanha a comemorar 2 aniversários de duas pessoas que adoro...mas estou aqui. Agarrada à sebenta de matemática a ver a chuva cair lá fora...Tenho vontade de sair...de fugir...de tanta coisa que não acontece enquanto estou aqui a fazer exercícios e quando o destino já me tinha sentado noutra cadeira... . Onde estão os erros? Quem me dera que tudo fosse tão lógico e solucionável como a matemática...desde que se conheçam as regras e não se tenham perdido no tempo tantas bases...

sexta-feira, outubro 08, 2004

Plagiar uma letra...plagiar sentimentos...

I'm just the pieces of the man I used to be
Too many bitter tears are raining down on me
I'm far away from home
And I've been facing this alone
For much too long
I feel like no-one ever told the truth to me
About growing up and what a struggle it would be
In my tangled state of mind
I've been looking back to find
Where I went wrong
Too much love will kill you
If you can't make up your mind
Torn between the lover
And the love you leave behind
You're headed for disaster
'cos you never read the signs
Too much love will kill you
Every time
I'm just the shadow of the man I used to be
And it seems like there's no way out of this for me
I used to bring you sunshine
Now all I ever do is bring you down
How would it be if you were standing in my shoes
Can't you see that it's impossible to choose
No there's no making sense of it
Every way I go I'm bound to lose
Too much love will kill you
Just as sure as none at all
It'll drain the power that's in you
Make you plead and scream and crawl
And the pain will make you crazy
You're the victim of your crime
Too much love will kill you
Every time
Too much love will kill you
It'll make your life a lie
Yes, too much love will kill you
And you won't understand why
You'd give your life, you'd sell your soul
But here it comes again
Too much love will kill you
In the end...
In the end.

quinta-feira, outubro 07, 2004

Errar é humano mas cair duas vezes no mesmo erro é estupidez! Há tantos, para quê repeti-los? Vou tentar não me esquecer antes de acontecer...

Mudanças

Às vezes quere-se mudar tudo e nada muda.
No entanto, quando tudo se transforma demais ficamos meio à nora sem saber como é suposto olhar a mudança. É sempre bom mas nem sempre pacífico! Uma porta que fechei e a paisagem ficou tão diferente...até os que batem à nova parte parecem diferentes mesmo no caso em que são os mesmos.

terça-feira, outubro 05, 2004

Desbloqueador de sono...

Não me apetece dormir...porque é que não está tudo acordado e com vontade de falar a esta hora? Porque é que todos dormem à mesma hora? Dá para haver amigos disponíveis a todas as horas mesmo quando não temos nada importante para dizer que justifique acordá-los?

Visão do inferno

Dante esqueceu-se de descrever o Zé Castelo Branco de tanga fio dental branca...no comments! É muito, muito, mau...como é que é possível porem esta dita coisa no ar à hora de jantar? Homens de Portugal imponham-se...esta é a vossa Grândola Vila Morena...:P

sexta-feira, outubro 01, 2004

Tudo e nada...comete el mundo!

Testes...já? Contas, contabilidade, matemática...contas. Descobri a lógica...demoro demais. O resto não é matemática, tudo giro e não há tempo para viver tanto...Será que estou preparada? Nervos... Desafios...porque não consigo sair deles? Desejo de acertar sempre, de conseguir mais....até onde? Como? Por quê? Cada vez mais... Não seria mais fácil ser igual a toda a gente? Insónias demais...tabaco sempre que aperta o medo, incerteza, solidão. Sempre que sim e sempre que não. Depois porque sabe bem e antes para acalmar os nervos. Paz, harmonia....porque não? Sexo...hummm...cinema...prazer...ler...escrever, estar, simplesmente estar e continuar. Onde estás? Estás comigo? Estou só? Vais? Vens? Outros voltam...Não quero estar aqui sem ti...para quê tudo na busca da perfeição e plenitude que nunca se encontram. Inquieta, corajosa com as forças a falhar. Responde, aparece, ama-me, faz-me amar-te. Já vieste? Já apareceste? Por que não te vejo? Estás ai? Foste tu outro dia? Ou foram outros que não me lembro de recordar?

terça-feira, setembro 28, 2004

Tropinha

Tropinha és lindo! Adoro-te miúdo de uma maneira tão única que não sei descrever. Só tu me fazes rir quando não tenho vontade e falar quando as palavras custam a sair. És sempre a primeira pessoa a quem desejo contar tudo o que acontece de importante, mesmo quando não o faço e fico a remoer. Estás sempre lá mesmo depois da distância que impusemos.
Só tu me conheces com uma intimidade perfeita e sabes de cor os meus hábitos. Do outro lado do telefone és capaz de adivinhar o que estou a fazer, a pensar ou a imaginar. É quase cómica a transparência com que me vês e nem mesmo eu às vezes me adivinho assim.
Tens uma paciência infinita para as minhas coisas. Não consigo deixar de ser eu ao pé de ti mesmo nas situações mais parvas ou nos pequenos defeitos, tiques e manias que passamos a vida a tentar disfarçar. Tornas-me mais genuína com a tua genuinidade. Fazes-me bem! Consegues que atire para trás das costas todas as toneladas imaginárias que quase sadicamente, por vezes, me obrigo a carregar. Simplificas tudo, és fácil de adorar. Adoro-te com um carinho e uma amizade que é difícil descrever porque não tenho meios de comparação mas, nem hoje nem nunca, quero complicar nada, mesmo nada.
Por favor, continua a ser assim... e meu amigo.
Sei que não vais ler este texto mas era tudo o que me apetecia dizer-te depois de ter falado contigo hoje, e tu, no fundo, deves sabê-lo!

sábado, setembro 25, 2004

Indecisão!

Não sei se fico ou vou. O fim-de-semana é tão curto e já vai a meio...Um lado de mim quer intensamente ir, a outra parte, responsável e ao mesmo tempo ansiosa não quer. Quero ficar, é mais fácil...mas cresce a angústia...custa tanto ser indecisa e querer fazer tudo ao mesmo tempo sem ter tempo para nada! Se ao menos soubesse o que me espera esta noite...

Vão, vão ca gente cá se amanha!

Isto vai ser uma ameaça: Amigas traidoras que se exilaram em Espanha vocês estão a abusar! Qualquer dia sou eu que pego na mala de cartão, qual Linda de Suza dos tempos modernos, e me faço à estrada...e só para vos lixar vou para a América do Sul...copionas! Eu é que queria ir para Espanha tá? Agora só faltava que arranjassem também um príncipe dos presuntos:P
Não estavam tão bem aqui sugaditas, pertinho de mim, neste cantinho à beira mar plantado?
Isto não se faz- não vos curto, está decidido!

Em homenagem a ti abri uma exepção...é só porque vais partir que publico uma foto! Não te entusiasmes, é só desta vez e depois tiro... e traz-me um espanholito, vale chica?
E depois as lágrimas...como se aguenta a saudade até Dezembro? E a inveja...que coisa tão feia...Diverte-te muito mesmo. Espero que mais nenhuma amiga decida emigrar...que isto assim já custa...
Agora deformei à posteriori...já é só uma tirinha e tu não sabes eh eh eh...assim já está como eu gosto...discreto...shiuuuuuuuu!

Piada de nurd da matemática

Ainda não sei donde venho e para onde vou mas descobri na matemática, ou melhor, na álgebra linear, a minha classificação perfeita- sou não reflexiva, não simétrica e não transitiva. Descodifiquem...:P
Ass: Se não me ajudam daqui a pouco sou uma tótó croma....o estudo faz-me tão mal!

MIMINHO

Sabe tão bem e tem-se tão pouco quando se afastam os braços que nos querem abraçar e se esperam os que nunca chegam...mimo apenas, nada mais...todos os dias a estrada parece maior e sem indicações. Estou no sinal vermelho mas quero-te aqui! Vem pela primeira vez e surpreende-me!

Calimocho

Porque é que o vinho nos torna mais doces se não queremos sentir nada?

terça-feira, setembro 21, 2004

Deja vú...

Hoje estive a estudar matemática durante algumas horas na universidade. Antes de ficar completamente louca decidi ir buscar um café ao bar e fumar um cigarrito descansado sem pensar em números. Quando estava a dirigir-me ao bar um ilustre sr finalista (supostamente) passou por mim e, depois de me olhar de alto a baixo indiscretamente, resolveu tecer um comentário iluminado "Esta vê-se mesmo que é caloira...ai caloira"!- acho que estava a tentar assustar-me...e como imaginam: foi um medo daqueles...olhem, resmas dele...devo ter tremido com suores frios...lolo
Como não estava nada à espera de um comentário tão perspicaz de alguém que no máximo, e se for burro, tem tantas matrículas como eu naquela universidade não respondi. Apenas virei costas e segui...Mas por outro lado, deu-me vontade de rir-tive um deja vú...
Há uns anos atrás, quando estava no terceiro ano, alguém que infelizmente se tornou especial demais, chamou-me caloira, naqueles mesmos corredores, e acrescentou que me ia praxar. Na altura, senti-me ofendidissima por alguém, que eu ainda não tinha visto a cara porque vinha atrás de mim...Virei-me efusivamente e quis pregar-lhe uma descompustura mas quando olhei para ele mudei de idéias... engoli em seco, corei e fui uma refilona muito amigável. Nesse momento, lembro-me de pensar que se calhar não me importaria nada mesmo de ser praxada por aquele finalista...só faltou ficar a olhar de boca aberta e deixar cair a baba...
A partir daquele dia muita coisa mudou na minha vida. Hoje apenas tive vontade de rir: sendo que fui caloira há 9 anos e já vou no segundo curso com uma pausa de 2 anos...
Será que quando for finalista deste me vão continuar a achar com cara de caloira?

segunda-feira, setembro 20, 2004

ai ai ...

Eu bem tento mas sei que tu notas exactamente o contrário daquilo que eu me esforço por fazer passar. Eu gostava que o desprezo fingido parecesse a sério mas também não ajudas nada...esses olhares de cantinho do olho, lânguidos, de cachorrinho abandonado, nada discretos, e essas mãozinhas inquietas quando me cumprimentas são chantagistas. Há gente aqui que não é de ferro e que não tem jeito para disfarçar! Portantosss e mais prontosss (que fica sempre bem) facilita-me a tarefa: Atira-te a um poço e diz que te empurrarem, tá?!

19 días y 500 noches

Há tanto tempo que adoro esta música e há tanto que não a ouço...que saudades!

(A la "muchacha de ojos tristes", por si le roba una sonrisa.)

Lo nuestro duró
lo que duran dos peces de hielo en un güisqui on the rocks,
en vez de fingir o estrellarme una copa de celos,
le dio por reír.
De pronto me vi,
como un perro de nadie,
ladrando, a las puertas del cielo.
Me dejó un neceser con agravios,
la miel en los labios y escarcha en el pelo.
Tenían razón
mis amantes en eso de que, antes, el malo era yo,
con una excepción: esta vez,
yo quería quererla querer y ella no.
Así que se fue, me dejó el corazón en los huesos y yo de rodillas.
Desde el taxi, y, haciendo un exceso, me tiró dos besos...uno por mejilla.
Y regresé a la maldición del cajón sin su ropa,
a la perdición de los bares de copas,
a las cenicientas de saldo y esquina, y, por esas ventas del fino Laína,
pagando las cuentas de gente sin alma
que pierde la calma con la cocaína,
volviéndome loco,
derrochandola bolsa y la vida
la fui, poco a poco, dando por perdida.
Y eso que yo, para no agobiar con flores a María,
para no asediarla con mi antología de sábanas frías y alcobas vacías,
para no comprarla con bisutería, ni ser el fantoche que va, en romería,
con la cofradía del Santo Reproche,
tanto la quería, que, tardé, en aprendera olvidarla, diecinueve días y quinientas noches.
Dijo hola y adiós, y, el portazo, sonó como un signo de interrogación,
sospecho que, así, se vengaba, a través del olvido,
Cupido de mí.
No pido perdón, ¿para qué? si me va a perdonar
porque ya no le importa...
siempre tuvo la frente muy alta,
la lengua muy larga y la falda muy corta.
Me abandonó, como se abandona a los zapatos viejos,
destrozó el cristal de mis gafas de lejos,
sacó del espejo su vivo retrato,
y, fui, tan torero, por los callejones del juego y el vino,
que, ayer, el portero, me echó del casino de Torrelodones.
Qué pena tan grande, negaría el Santo Sacramento, en el mismo momento que ella me lo mande.
Joaquín Sabina

Ser caloira até não é assim tão mau!

Já consigo resolver relações binárias e determinantes de segundo, terceiro, quarto e quinto grau ao fim de uma semana de aulas e duas explicaçõezitas. Estou orgulhosa de mim, tenho que dizer isto alto (e de preferência muitas vezes) antes de sairem notas dos testes... Sou uma "heróia de Shaolin"!
A matemática é um desespero para quem a deixou há 10 anos atrás (no 11º ano) mas um explicador engraçadote pode ajudar muito (espero que a PJ não me prenda por fazer afirmações deste género, uma vez que, o dito, deve ter menos 6 anos que eu).Tendo em conta que quando me disseram que havia um muito bom aluno que dava explicações eu imaginei um ET de cabeça quadrada, cara em cratera, óculos de fundo de garrafa, gordo, com arzinho de tótó sem saborão, verde e com antenas...surprrendi-me! Será que isto revela algum preconceito?lolo
Se calhar agora devia arranjar explicadores para as outras disciplinas todas...com sorte ainda dava em assistente!
Há que ser optimista...já que é uma sensação tão rara em mim...

Solta-se o beijo...

Há coisas que acontecem porque em algum sitío do destino ficaram por acontecer. Coisas erradas talvez mas saborosas. Momentos bons que podem causar muito incómodo mas que na hora de decidir apenas se segue o desejo e despe-se a racionalidade mais depressa que a roupa.

terça-feira, setembro 14, 2004

Caloira

Voltei à universidade para tirar mais um curso. Sou louca! Internem-me...Hoje tive três aulas e uma vontade louca de chorar. Parece que comecei a tirar um curso de chinês encriptado em vez de gestão. Não faço a mínima ideia como vou conseguir uma única positiva mas pretendo manter-me optimista. Afinal só não tenho matemática há 10 anos e esta é só a base de quase todas as disciplinas. Porque é que eu tenho a impressão de que escolho sempre os caminhos mais complicados para me lixar a vida? É que nem sequer posso culpar ninguém...
Pede-se a quem seja meu amigo, perceba de matemática e não tenha mais nada que fazer que me comunique para marcar desesperadas explicações básicas! Como também me despedi e vou a caminho da miséria dúvido poder recompensar. A proposta é aliciante...já sabem!:(

quinta-feira, setembro 09, 2004

Surpresa!

Estava na redacção e, de repente, os seguranças mandaram-me chamar à porta. Não fazia a mínima ideia do que estava a acontecer, pensei que me iam chatear por causa do número de escapadelas para fumar cigarrinhos lá fora, que é quase totalmente proibido, mas não. Tive uma surpresa! Um ramo enorme de orqídeas amarelas misturado com canas e plantas exóticas. Corei, não percebi. Os seguranças estavam com um risinho estúpido a olhar para mim, bem como, os colegas que entravam e saiam do edifício. Só perguntava: "Mas quem é que mandou?"- eles continuavam com cara de caso. Vi um pequeno envelope. Desvendei o mistério...Era tudo uma questão de trabalho. É que hoje saiu um artigo meu em que entrevistei umas pessoas de um centro de medicina tradicional indiana. O cartão dizia simplesmente "adorámos a reportagem. Com os melhores cumprimentos de toda a equipa". Foi inesperado. Geralmente depois de fazermos um artigo só comunicam se odiaram. Raramente, mas mesmo muitíssimo raramente nos dão os parabéns. Soube bem mas foi o vergonhaço da vida! Claro que assim que entrei na redacção só se ouviam suspiros e coisas do tipo "pois pois namorado novo", "Hummm, quem é ele?" "Ele é romântico"...Valeu-me uma tarde de interrogações e brincadeirinhas, mesmo depois de mostrar o cartão...lolol Mas as flores são lindíssimas- as minhas tão invejadas orquídeas amarelas são a prova de que, de vez em quando, há alguém que não desdenha o trabalho dos jornalistas! Afinal não somos todos iguais...

sábado, setembro 04, 2004

"Não sei namorar...não sei beijar de língua...:P"

Na terceira classe, no recreio da escola, um miúdo aproximou-se de mim, com toda a lata, e disse-me "gosto de ti. Queres namorar comigo?". Acho que foi a primeira vez (pelo menos desde que me lembro) que alguém me disse algo semelhante.
Era loiro, com uns grandes olhos azuis e um ano mais velho que eu. Além disso era primo de uma grande amiga minha da época, que passava as aulas a desenhar Betty Boops (aquela boneca pirosa e desproporcional que fazia as nossas delícias)- a Tânia. Uma rapariga daquelas que parece uma bonequinha de porcelana com ar angelical e que, da última vez que a vi, há 3 ou 4 anos, ainda tinha a mesma cara...
Naquele momento não sabia o que fazer. Olhei para ele, corei, e fugi. Corri pelo pátio e fui-me esconder ao pé das minhas colegas. Achei-o parvo. O que é que ele queria que eu fizesse? Que o agarrasse e lhe desse um beijo na cara apaixonado como nos desenhos animados que via?
Passado uns tempos pensei gostar dele e mandei-lhe uma carta. Fiz uma coisa que nunca mais voltei a repetir (e ainda bem). Mandei-lhe uma cartita perfumada, num papel pequenino, com umas linhas cor-de-rosa e uma Betty Boop desenhada no canto direito. (Ainda tenho o belo exemplar guardado) Dizia o seguinte: Queres namorar comigo? E por baixo, dois quadradinhos para ele pôr uma cruzinha com um sim e um não. A criança deve ter ficado baralhada com tanta ousadia da minha parte e acrescentou um terceiro quadrado que dizia Não sei. (deve-se ter sentido ameaçado mas a sinceridade foi perfeita)
Passado uma semana foi ele que me mandou uma carta, toda janota, num papel arrancado do caderno. Como não devia muito à originalidade escreveu: Queres namorar comigo? E por baixo dois quadradinhos um para o sim e outro para o não. Como eu também não era muito criativa acrescentei o terceiro espaço a dizer talvez. Depois risquei e pus a cruz no não. Mandei entregar a carta e a nossa história de amor ficou por aqui sem mortos nem feridos, sem dores nem ressentimentos.Acabou onde não começou. (seis ou sete anos depois encontrei-o num bar, era amigo de um amigo meu. Pediu para me conhecer, achei piada, devia ser um chamamento do destino infantil por cumprir. Já não se lembrava de mim. Continuava giro mas já não tinha nada a ver comigo-só uma recordação cómica em comum-ri-me em segredo mas não lhe contei quem era)
Quem me dera que hoje em dia as coisas fossem tão simples.

quinta-feira, setembro 02, 2004

Muros

Mostra-me, leva-me para esse lado da fronteira e faz-me ultrapassar a barreira que me separa de mim. Observa apenas, não tenhas medo-deixa-me a mim esse papel-e abraça-me forte. Não digas nada, aconchega-me do meu mundo e faz-me chorar. Prova-me que sinto algo mais. Quero a dor para ter a certeza que vivo e me despeço do frio.

Filosofia da publicidade a metro

"Ginasticar faz tão bem ao coração, pois então...vamos lá...ginasticar", dizia o Popas para o Becas ou o Becas para o Popas na rua Sésamo há muitos anos. Eu estava a lanchar, ainda hoje me lembro da música...é daquelas que irritantemente se cola à memória como alguns spots publicitários estúpidos que decoramos sem querer....e não faltam exemplos:
"Branco mais branco não há"
"O boca-doce é bom, é bom é ...."
"Diga bom dia com Mokambo, mokambo, mokambo...."
"Ambrósio apetecia-me algo....Senhora tomei a liberdade de pensar nisso..."
"Pequeno, pequeno, guardado em bolsinhas...ausónia protege slip"
"Olá Portugal tenha um bom dia aqui, na sua TVI, estamos no ar...."
Pois é os exemplos não acabam e nas situações mais estúpidas lembramo-nos deles ou damos por nós a cantar (como o puto manhoso do filme "About a Boy") que era o motivo de gozação dos colegas:P
A verdade é que hoje comecei uma nova fase (que épico)-tomei a dura decisão de voltar ao ginásio, após longos meses de ausência...foi a doer. Comecei por uma aula supostamente simples de alongamentos em que esperei (em vão) alguma compaixão da professora hiper esquelética, musculada e tipo coelhinho da duracel "e dura, e dura...". Contra todas as expectativas consegui completar todas as longas séries de flexões, abdominais e coreografias aceleradas de pernas e braços cada um para seu lado e com uns halteres na mão e umas perneiras que pareciam de chumbo nos tornozelos.
Quando acabei o corpo tremia e pedia-me por favor que me atirasse para o chão, rastejasse até uma fonte com muita água para beber e que alguém piedoso me desse um banho para ganhar forças para lentamente gatinhar até uma cama fofinha. Nada disto aconteceu, é pena. Com um coragem de "heroína de Shaolin" consegui arrastar-me até ao carro, pressionar os pedais com o restinho das forças que me sobravam e chegar a casa. Depois deu-se o milagre-Senti-me bem comigo própria, fiquei feliz com a minha decisão e basicamente acho que até os spots mais básicos dos nossos avózitos romanos tinham razão "Mente sã em corpo são"...quem diria..."So simple" (este só as raparigas é que se devem lembrar):P

Para tentar variar

Desta vez aceitei o convite! Foi estranho depois de tantos nãos lá estavas com o sorriso com que sempre te conheci, sem medo de nada, sem preconceitos ou ideias pré-concebidas.
Simplesmente estavas sentado, à minha espera, como se eu tivesse apenas ido comprar tabaco e voltasse com um sorriso. Esquecendo vários meses de vazio, dias e dias em que foste apenas mais um conhecido a quem dizemos bom-dia se se cruza no nosso caminho.
Sem pressas de nada. Não sei o que esperavas mas aceitei apenas porque me esqueci de mim e pensei como tu- sem esperar nada. No fundo, sem achar que ir àquele café significasse o que quer que fosse. E o mais estranho é que dei comigo a pensar: Será que tu realmente pensas assim?

sábado, agosto 07, 2004

De luto...

Avô

Partiste e não cheguei a tempo de me despedir de ti. Queria dizer-te que te adoro! Pode parecer tarde, e se calhar é, mas sempre nos ensinaste a ser católicos e a acreditar no que está para além do mundo terreno. Espero que através dessas crenças te cheguem as minhas palavras em forma de oração.
Sei que espalhaste o bem, que foste um grande médico e salvaste muitas vidas. Trabalhaste de sol-a-sol sem discriminar ninguém: pobres e ricos sempre foram iguais aos teus olhos. Não te importava o que podiam pagar mas sim o que o que podias fazer para os curar. Recebeste ovos pela Páscoa, um anho para o ensopado, um sorriso de gratidão e, às vezes, moedas... Deste tudo e conquistaste a admiração dos outros com a tua dedicação. Nunca desististe de ser bom!
Mais do que riquezas os teus filhos herdaram honra e orgulho, dignidade e princípios, um exemplo a seguir...
Mas para mim mais do que um grande médico, com uma carreira brilhante, foste avô. Aquele que adorava passar horas a contar histórias; aquele que sabia de cor o nome de todas as ruas de Évora e o percurso dos que por ali passaram; aquele que aos 70, 80 e 90 desejava continuar e descobrir a alegria de cada dia; aquele para quem o mundo parecia um livro aberto...e a vida uma oportunidade a agarrar.
Mas também aquele que dizia com orgulho que eu era a sua única neta alentejana. Aquele que andava com a fotografia da família na carteira, e no coração, e mostrava aos amigos com vaidade.
“São bonitos, não são? Saem ao avô!”- dizias.
Acho que esta cidade nos reconhece nas tuas conversas, sabem quem somos e o orgulho especial que tinhas em cada um de nós.
Eu não sei se alguma vez te disse...talvez entredentes ou muito baixinho...mas também me orgulho muito de te ter tido como avô. Não sei se nas feições somos parecidos mas espero que o seja no coração.
“Bom dia sô doutor”, “Boa tarde sô doutor”...Andavas pela cidade, de fato completo e chapéu, nunca descuidando a elegância e simpatia. Todos faziam questão de te cumprimentar e a todos retribuías com delicadeza: tinhas sempre uma palavra agradável para dar.
No teu funeral alguns desses se aproximaram de nós para manifestar a sua pena: “Eu não o conhecia o sotôr, só da rua, não o conhecia realmente mas ele era sempre tão simpático com toda a gente” – explicavam entre lágrimas e um pesar sentido.
Avô, tu sabias saborear cada sensação e aproveitar cada momento. Gostavas demasiado de conhecer, de comunicar em todas as línguas, de perguntar, de conviver...das pessoas, da vida e das inúmeras memórias felizes, que nunca paraste de coleccionar, e que te faziam sorrir.
Até ao último momento, no leito da morte, perdeste a voz e voltaste, por breves segundos, para dizer que estavas vivo.
Sempre me pediste para que te lesse os meus textos. Nunca te fiz a vontade porque achei que eram íntimos. Desculpa! Este é íntimo e público, espero que atravesse todas as fronteiras e chegue a ti.

O currículo oficial: Licenciado em Medicina e Cirurgia, pela Faculdade de Medicina de Lisboa desde 1940, ainda exerceu na capital mas veio para Évora ajudar o pai na sua clínica. Abriu o seu primeiro consultório. Fez uma pós-graduação em tisiologia. Foi director do dispensário de Évora (ou melhor, do Instituto Nacional de Assistência aos Tuberculosos). Foi registado pela Ordem dos médicos como pneumologista. Foi irmão e funcionário do Hospital da Misericórdia (futuro Hospital distrital de Évora), director das enfermarias de medicina e de tuberculose e chefe de clínica médica. Acrescentou ao currículo o curso de ciências pedagógicas da Universidade de Coimbra e o de Higiene do Instituto Ricardo Jorge. Ensinou na Escola de Enfermagem de São João de Deus, em Évora. Foi médico da CP, Médico-Chefe do Posto de Évora, médico ao domicílio sempre que fosse requisitado. Médico da Corporação de Bombeiros Voluntários. Presidente da Junta Diocesana da Acção Católica, membro da Liga Eucarística e da Conferência de S. Vicente de Paula, da Sé de Évora, médico do Seminário Maior de Évora e do Paço Arquiepiscopal. Membro da Irmandade do Senhor Jesus dos Paços. Membro da sociedade francesa –União Internacional contra a Tuberculose e Doenças Respiratórias. Distinguido como membro da Ordem dos Templários.

quarta-feira, julho 28, 2004

Adeus

Adeus miúda! Que as palavras que não disse sejam ouvidas entrelinhas.
Nunca tive jeito para despedidas...
Não te esqueças da música do karaoke! (foste apanhada a chorar com aquela piroseira...lolo...mas foi um bonito momento ou "prenda"..."odeio prenda")
Espero que desta vez não andes a deixar cromos a nenhuma porta!
Hasta pronto e hasta siempre en mi corazón! (mais um momento bonito, olha a lagriminha...)





Conversas da treta

Duas gajas
-Achas que ele gosta de mim?
-Não sei miga, o que é que tu achas?
-Por um lado acho que sim,  por outro não sei.
-E que tal se lhe perguntasses?
-Ai, não sei, tenho vergonha...
-Oh amiga vocês parecem dois putos! Pergunta-lhe directamente. Convida-o para um café e tenta perceber o que ele sente. Mas olha também não digas logo que gostas dele.
-Mas eu gosto....
-Oh amiga mas não podes abrir assim tanto o jogo, não é?
-Opá mas eu não tenho jeito para essas coisas...tu sabes...sou tímida...
-Olha se não perguntares nunca saberás. Começas por puxar a conversa das namoradas e depois perguntas. É tão simples quanto isso.
-Eu sei...mas tu sabes que sou complicada.
-Ele já te contou alguma coisa das ex-namoradas dele?
-Nunca perguntei directamente mas acho que tem cara de ser um gajo de relações sérias.
-Porque é que achas isso?
-Não sei, ele também é tímido.
-Isso não quer dizer nada, sabes bem...
-Opá isso acho que tenho a certeza. Parece um gajo certinho...
-Olha que eles enganam...
-Não, não me parece. Este não engana.
-Olha que...lembras-te do caso da não-sei-quantas e do não-sei-quantos. Ele também parecia muito atrofiadinho e depois viste o que aconteceu. Tens a certeza que ele gosta de ti?
-Não sei, às vezes parece, quando liga...está sempre a telefonar...ele é tão querido e giro, não achas? Achas que nós ficavamos bem? Era tão bom...mas olha eu também não sei se ele sabe que eu gosto dele. Achas que se nota?
-Não sei, também estás sempre a dar para trás...só se tiver poderes para adivinhar! Porque é que o tratas tão mal?
-Não trato...mas parece não é? Mas às vezes até dou a entender que sinto algo...ele também se quisesse já tinha feito alguma coisa...também não se mexe...se calhar também não sabe o que quer...
-Olha se calhar anda só a aproveitar-se de ti!
-Acho que não, não é nada o estilo dele...
-Então o que é que anda a fazer?
-Isso gostava eu de perceber!
-Então pergunta.
-Não tenho coragem.
-Olha então deixa andar, se calhar também não é homem para ti. Caga nele, eles são todos os cabr...ou então não sabem o que querem.
-Olha caguei, está decidido.
- Não te preocupes, nunca ouviste dizer "O que é para ti às tuas mãos virá parar"... tem calma!
-Pois, talvez...mas eu até lhe achava piada...

Dois gajos
-Epá achas que a gaja quer alguma cena?
-Claro que sim, tens dúvidas?
-Epá não sei.
-Tá caidinha, não sejas coninhas vai lá. Também olha se ela não quiser há outras. Ela também nem é nada de especial.
-Podes crer. Se  não quiser ela é que fica a perder. Tá feito!