terça-feira, setembro 28, 2004

Tropinha

Tropinha és lindo! Adoro-te miúdo de uma maneira tão única que não sei descrever. Só tu me fazes rir quando não tenho vontade e falar quando as palavras custam a sair. És sempre a primeira pessoa a quem desejo contar tudo o que acontece de importante, mesmo quando não o faço e fico a remoer. Estás sempre lá mesmo depois da distância que impusemos.
Só tu me conheces com uma intimidade perfeita e sabes de cor os meus hábitos. Do outro lado do telefone és capaz de adivinhar o que estou a fazer, a pensar ou a imaginar. É quase cómica a transparência com que me vês e nem mesmo eu às vezes me adivinho assim.
Tens uma paciência infinita para as minhas coisas. Não consigo deixar de ser eu ao pé de ti mesmo nas situações mais parvas ou nos pequenos defeitos, tiques e manias que passamos a vida a tentar disfarçar. Tornas-me mais genuína com a tua genuinidade. Fazes-me bem! Consegues que atire para trás das costas todas as toneladas imaginárias que quase sadicamente, por vezes, me obrigo a carregar. Simplificas tudo, és fácil de adorar. Adoro-te com um carinho e uma amizade que é difícil descrever porque não tenho meios de comparação mas, nem hoje nem nunca, quero complicar nada, mesmo nada.
Por favor, continua a ser assim... e meu amigo.
Sei que não vais ler este texto mas era tudo o que me apetecia dizer-te depois de ter falado contigo hoje, e tu, no fundo, deves sabê-lo!

sábado, setembro 25, 2004

Indecisão!

Não sei se fico ou vou. O fim-de-semana é tão curto e já vai a meio...Um lado de mim quer intensamente ir, a outra parte, responsável e ao mesmo tempo ansiosa não quer. Quero ficar, é mais fácil...mas cresce a angústia...custa tanto ser indecisa e querer fazer tudo ao mesmo tempo sem ter tempo para nada! Se ao menos soubesse o que me espera esta noite...

Vão, vão ca gente cá se amanha!

Isto vai ser uma ameaça: Amigas traidoras que se exilaram em Espanha vocês estão a abusar! Qualquer dia sou eu que pego na mala de cartão, qual Linda de Suza dos tempos modernos, e me faço à estrada...e só para vos lixar vou para a América do Sul...copionas! Eu é que queria ir para Espanha tá? Agora só faltava que arranjassem também um príncipe dos presuntos:P
Não estavam tão bem aqui sugaditas, pertinho de mim, neste cantinho à beira mar plantado?
Isto não se faz- não vos curto, está decidido!

Em homenagem a ti abri uma exepção...é só porque vais partir que publico uma foto! Não te entusiasmes, é só desta vez e depois tiro... e traz-me um espanholito, vale chica?
E depois as lágrimas...como se aguenta a saudade até Dezembro? E a inveja...que coisa tão feia...Diverte-te muito mesmo. Espero que mais nenhuma amiga decida emigrar...que isto assim já custa...
Agora deformei à posteriori...já é só uma tirinha e tu não sabes eh eh eh...assim já está como eu gosto...discreto...shiuuuuuuuu!

Piada de nurd da matemática

Ainda não sei donde venho e para onde vou mas descobri na matemática, ou melhor, na álgebra linear, a minha classificação perfeita- sou não reflexiva, não simétrica e não transitiva. Descodifiquem...:P
Ass: Se não me ajudam daqui a pouco sou uma tótó croma....o estudo faz-me tão mal!

MIMINHO

Sabe tão bem e tem-se tão pouco quando se afastam os braços que nos querem abraçar e se esperam os que nunca chegam...mimo apenas, nada mais...todos os dias a estrada parece maior e sem indicações. Estou no sinal vermelho mas quero-te aqui! Vem pela primeira vez e surpreende-me!

Calimocho

Porque é que o vinho nos torna mais doces se não queremos sentir nada?

terça-feira, setembro 21, 2004

Deja vú...

Hoje estive a estudar matemática durante algumas horas na universidade. Antes de ficar completamente louca decidi ir buscar um café ao bar e fumar um cigarrito descansado sem pensar em números. Quando estava a dirigir-me ao bar um ilustre sr finalista (supostamente) passou por mim e, depois de me olhar de alto a baixo indiscretamente, resolveu tecer um comentário iluminado "Esta vê-se mesmo que é caloira...ai caloira"!- acho que estava a tentar assustar-me...e como imaginam: foi um medo daqueles...olhem, resmas dele...devo ter tremido com suores frios...lolo
Como não estava nada à espera de um comentário tão perspicaz de alguém que no máximo, e se for burro, tem tantas matrículas como eu naquela universidade não respondi. Apenas virei costas e segui...Mas por outro lado, deu-me vontade de rir-tive um deja vú...
Há uns anos atrás, quando estava no terceiro ano, alguém que infelizmente se tornou especial demais, chamou-me caloira, naqueles mesmos corredores, e acrescentou que me ia praxar. Na altura, senti-me ofendidissima por alguém, que eu ainda não tinha visto a cara porque vinha atrás de mim...Virei-me efusivamente e quis pregar-lhe uma descompustura mas quando olhei para ele mudei de idéias... engoli em seco, corei e fui uma refilona muito amigável. Nesse momento, lembro-me de pensar que se calhar não me importaria nada mesmo de ser praxada por aquele finalista...só faltou ficar a olhar de boca aberta e deixar cair a baba...
A partir daquele dia muita coisa mudou na minha vida. Hoje apenas tive vontade de rir: sendo que fui caloira há 9 anos e já vou no segundo curso com uma pausa de 2 anos...
Será que quando for finalista deste me vão continuar a achar com cara de caloira?

segunda-feira, setembro 20, 2004

ai ai ...

Eu bem tento mas sei que tu notas exactamente o contrário daquilo que eu me esforço por fazer passar. Eu gostava que o desprezo fingido parecesse a sério mas também não ajudas nada...esses olhares de cantinho do olho, lânguidos, de cachorrinho abandonado, nada discretos, e essas mãozinhas inquietas quando me cumprimentas são chantagistas. Há gente aqui que não é de ferro e que não tem jeito para disfarçar! Portantosss e mais prontosss (que fica sempre bem) facilita-me a tarefa: Atira-te a um poço e diz que te empurrarem, tá?!

19 días y 500 noches

Há tanto tempo que adoro esta música e há tanto que não a ouço...que saudades!

(A la "muchacha de ojos tristes", por si le roba una sonrisa.)

Lo nuestro duró
lo que duran dos peces de hielo en un güisqui on the rocks,
en vez de fingir o estrellarme una copa de celos,
le dio por reír.
De pronto me vi,
como un perro de nadie,
ladrando, a las puertas del cielo.
Me dejó un neceser con agravios,
la miel en los labios y escarcha en el pelo.
Tenían razón
mis amantes en eso de que, antes, el malo era yo,
con una excepción: esta vez,
yo quería quererla querer y ella no.
Así que se fue, me dejó el corazón en los huesos y yo de rodillas.
Desde el taxi, y, haciendo un exceso, me tiró dos besos...uno por mejilla.
Y regresé a la maldición del cajón sin su ropa,
a la perdición de los bares de copas,
a las cenicientas de saldo y esquina, y, por esas ventas del fino Laína,
pagando las cuentas de gente sin alma
que pierde la calma con la cocaína,
volviéndome loco,
derrochandola bolsa y la vida
la fui, poco a poco, dando por perdida.
Y eso que yo, para no agobiar con flores a María,
para no asediarla con mi antología de sábanas frías y alcobas vacías,
para no comprarla con bisutería, ni ser el fantoche que va, en romería,
con la cofradía del Santo Reproche,
tanto la quería, que, tardé, en aprendera olvidarla, diecinueve días y quinientas noches.
Dijo hola y adiós, y, el portazo, sonó como un signo de interrogación,
sospecho que, así, se vengaba, a través del olvido,
Cupido de mí.
No pido perdón, ¿para qué? si me va a perdonar
porque ya no le importa...
siempre tuvo la frente muy alta,
la lengua muy larga y la falda muy corta.
Me abandonó, como se abandona a los zapatos viejos,
destrozó el cristal de mis gafas de lejos,
sacó del espejo su vivo retrato,
y, fui, tan torero, por los callejones del juego y el vino,
que, ayer, el portero, me echó del casino de Torrelodones.
Qué pena tan grande, negaría el Santo Sacramento, en el mismo momento que ella me lo mande.
Joaquín Sabina

Ser caloira até não é assim tão mau!

Já consigo resolver relações binárias e determinantes de segundo, terceiro, quarto e quinto grau ao fim de uma semana de aulas e duas explicaçõezitas. Estou orgulhosa de mim, tenho que dizer isto alto (e de preferência muitas vezes) antes de sairem notas dos testes... Sou uma "heróia de Shaolin"!
A matemática é um desespero para quem a deixou há 10 anos atrás (no 11º ano) mas um explicador engraçadote pode ajudar muito (espero que a PJ não me prenda por fazer afirmações deste género, uma vez que, o dito, deve ter menos 6 anos que eu).Tendo em conta que quando me disseram que havia um muito bom aluno que dava explicações eu imaginei um ET de cabeça quadrada, cara em cratera, óculos de fundo de garrafa, gordo, com arzinho de tótó sem saborão, verde e com antenas...surprrendi-me! Será que isto revela algum preconceito?lolo
Se calhar agora devia arranjar explicadores para as outras disciplinas todas...com sorte ainda dava em assistente!
Há que ser optimista...já que é uma sensação tão rara em mim...

Solta-se o beijo...

Há coisas que acontecem porque em algum sitío do destino ficaram por acontecer. Coisas erradas talvez mas saborosas. Momentos bons que podem causar muito incómodo mas que na hora de decidir apenas se segue o desejo e despe-se a racionalidade mais depressa que a roupa.

terça-feira, setembro 14, 2004

Caloira

Voltei à universidade para tirar mais um curso. Sou louca! Internem-me...Hoje tive três aulas e uma vontade louca de chorar. Parece que comecei a tirar um curso de chinês encriptado em vez de gestão. Não faço a mínima ideia como vou conseguir uma única positiva mas pretendo manter-me optimista. Afinal só não tenho matemática há 10 anos e esta é só a base de quase todas as disciplinas. Porque é que eu tenho a impressão de que escolho sempre os caminhos mais complicados para me lixar a vida? É que nem sequer posso culpar ninguém...
Pede-se a quem seja meu amigo, perceba de matemática e não tenha mais nada que fazer que me comunique para marcar desesperadas explicações básicas! Como também me despedi e vou a caminho da miséria dúvido poder recompensar. A proposta é aliciante...já sabem!:(

quinta-feira, setembro 09, 2004

Surpresa!

Estava na redacção e, de repente, os seguranças mandaram-me chamar à porta. Não fazia a mínima ideia do que estava a acontecer, pensei que me iam chatear por causa do número de escapadelas para fumar cigarrinhos lá fora, que é quase totalmente proibido, mas não. Tive uma surpresa! Um ramo enorme de orqídeas amarelas misturado com canas e plantas exóticas. Corei, não percebi. Os seguranças estavam com um risinho estúpido a olhar para mim, bem como, os colegas que entravam e saiam do edifício. Só perguntava: "Mas quem é que mandou?"- eles continuavam com cara de caso. Vi um pequeno envelope. Desvendei o mistério...Era tudo uma questão de trabalho. É que hoje saiu um artigo meu em que entrevistei umas pessoas de um centro de medicina tradicional indiana. O cartão dizia simplesmente "adorámos a reportagem. Com os melhores cumprimentos de toda a equipa". Foi inesperado. Geralmente depois de fazermos um artigo só comunicam se odiaram. Raramente, mas mesmo muitíssimo raramente nos dão os parabéns. Soube bem mas foi o vergonhaço da vida! Claro que assim que entrei na redacção só se ouviam suspiros e coisas do tipo "pois pois namorado novo", "Hummm, quem é ele?" "Ele é romântico"...Valeu-me uma tarde de interrogações e brincadeirinhas, mesmo depois de mostrar o cartão...lolol Mas as flores são lindíssimas- as minhas tão invejadas orquídeas amarelas são a prova de que, de vez em quando, há alguém que não desdenha o trabalho dos jornalistas! Afinal não somos todos iguais...

sábado, setembro 04, 2004

"Não sei namorar...não sei beijar de língua...:P"

Na terceira classe, no recreio da escola, um miúdo aproximou-se de mim, com toda a lata, e disse-me "gosto de ti. Queres namorar comigo?". Acho que foi a primeira vez (pelo menos desde que me lembro) que alguém me disse algo semelhante.
Era loiro, com uns grandes olhos azuis e um ano mais velho que eu. Além disso era primo de uma grande amiga minha da época, que passava as aulas a desenhar Betty Boops (aquela boneca pirosa e desproporcional que fazia as nossas delícias)- a Tânia. Uma rapariga daquelas que parece uma bonequinha de porcelana com ar angelical e que, da última vez que a vi, há 3 ou 4 anos, ainda tinha a mesma cara...
Naquele momento não sabia o que fazer. Olhei para ele, corei, e fugi. Corri pelo pátio e fui-me esconder ao pé das minhas colegas. Achei-o parvo. O que é que ele queria que eu fizesse? Que o agarrasse e lhe desse um beijo na cara apaixonado como nos desenhos animados que via?
Passado uns tempos pensei gostar dele e mandei-lhe uma carta. Fiz uma coisa que nunca mais voltei a repetir (e ainda bem). Mandei-lhe uma cartita perfumada, num papel pequenino, com umas linhas cor-de-rosa e uma Betty Boop desenhada no canto direito. (Ainda tenho o belo exemplar guardado) Dizia o seguinte: Queres namorar comigo? E por baixo, dois quadradinhos para ele pôr uma cruzinha com um sim e um não. A criança deve ter ficado baralhada com tanta ousadia da minha parte e acrescentou um terceiro quadrado que dizia Não sei. (deve-se ter sentido ameaçado mas a sinceridade foi perfeita)
Passado uma semana foi ele que me mandou uma carta, toda janota, num papel arrancado do caderno. Como não devia muito à originalidade escreveu: Queres namorar comigo? E por baixo dois quadradinhos um para o sim e outro para o não. Como eu também não era muito criativa acrescentei o terceiro espaço a dizer talvez. Depois risquei e pus a cruz no não. Mandei entregar a carta e a nossa história de amor ficou por aqui sem mortos nem feridos, sem dores nem ressentimentos.Acabou onde não começou. (seis ou sete anos depois encontrei-o num bar, era amigo de um amigo meu. Pediu para me conhecer, achei piada, devia ser um chamamento do destino infantil por cumprir. Já não se lembrava de mim. Continuava giro mas já não tinha nada a ver comigo-só uma recordação cómica em comum-ri-me em segredo mas não lhe contei quem era)
Quem me dera que hoje em dia as coisas fossem tão simples.

quinta-feira, setembro 02, 2004

Muros

Mostra-me, leva-me para esse lado da fronteira e faz-me ultrapassar a barreira que me separa de mim. Observa apenas, não tenhas medo-deixa-me a mim esse papel-e abraça-me forte. Não digas nada, aconchega-me do meu mundo e faz-me chorar. Prova-me que sinto algo mais. Quero a dor para ter a certeza que vivo e me despeço do frio.

Filosofia da publicidade a metro

"Ginasticar faz tão bem ao coração, pois então...vamos lá...ginasticar", dizia o Popas para o Becas ou o Becas para o Popas na rua Sésamo há muitos anos. Eu estava a lanchar, ainda hoje me lembro da música...é daquelas que irritantemente se cola à memória como alguns spots publicitários estúpidos que decoramos sem querer....e não faltam exemplos:
"Branco mais branco não há"
"O boca-doce é bom, é bom é ...."
"Diga bom dia com Mokambo, mokambo, mokambo...."
"Ambrósio apetecia-me algo....Senhora tomei a liberdade de pensar nisso..."
"Pequeno, pequeno, guardado em bolsinhas...ausónia protege slip"
"Olá Portugal tenha um bom dia aqui, na sua TVI, estamos no ar...."
Pois é os exemplos não acabam e nas situações mais estúpidas lembramo-nos deles ou damos por nós a cantar (como o puto manhoso do filme "About a Boy") que era o motivo de gozação dos colegas:P
A verdade é que hoje comecei uma nova fase (que épico)-tomei a dura decisão de voltar ao ginásio, após longos meses de ausência...foi a doer. Comecei por uma aula supostamente simples de alongamentos em que esperei (em vão) alguma compaixão da professora hiper esquelética, musculada e tipo coelhinho da duracel "e dura, e dura...". Contra todas as expectativas consegui completar todas as longas séries de flexões, abdominais e coreografias aceleradas de pernas e braços cada um para seu lado e com uns halteres na mão e umas perneiras que pareciam de chumbo nos tornozelos.
Quando acabei o corpo tremia e pedia-me por favor que me atirasse para o chão, rastejasse até uma fonte com muita água para beber e que alguém piedoso me desse um banho para ganhar forças para lentamente gatinhar até uma cama fofinha. Nada disto aconteceu, é pena. Com um coragem de "heroína de Shaolin" consegui arrastar-me até ao carro, pressionar os pedais com o restinho das forças que me sobravam e chegar a casa. Depois deu-se o milagre-Senti-me bem comigo própria, fiquei feliz com a minha decisão e basicamente acho que até os spots mais básicos dos nossos avózitos romanos tinham razão "Mente sã em corpo são"...quem diria..."So simple" (este só as raparigas é que se devem lembrar):P

Para tentar variar

Desta vez aceitei o convite! Foi estranho depois de tantos nãos lá estavas com o sorriso com que sempre te conheci, sem medo de nada, sem preconceitos ou ideias pré-concebidas.
Simplesmente estavas sentado, à minha espera, como se eu tivesse apenas ido comprar tabaco e voltasse com um sorriso. Esquecendo vários meses de vazio, dias e dias em que foste apenas mais um conhecido a quem dizemos bom-dia se se cruza no nosso caminho.
Sem pressas de nada. Não sei o que esperavas mas aceitei apenas porque me esqueci de mim e pensei como tu- sem esperar nada. No fundo, sem achar que ir àquele café significasse o que quer que fosse. E o mais estranho é que dei comigo a pensar: Será que tu realmente pensas assim?