segunda-feira, julho 12, 2004

Chamada sem destino

Do outro lado do telefone não sabes nada. Não lês pensamentos, não entendes tristezas, não acreditas nas verdades em tons de brincadeira que subliminarmente vão passando. Fala-se de tudo menos do que verdadeiramente gostava de saber, ou talvez não. Se soubesse se calhar já não ouvia mais.
A impaciência transforma-se em ironia e deita-se tudo a perder, se ninguém souber ler nas entrelinhas.
 
Fazes-me lembrar alguém, alguém que o tempo endeusou e tu recordas.  Mexes, sem autorização, no passado.
Queres saber tudo e não revelas nada. Brincas mas pensas. Sem querer cais na tua armadilha. Ou sem querer me envolves.