sexta-feira, julho 09, 2004

A lixeira

Hoje finalmente tive que ir ao aterro do Seixal, em trabalho. Foi um dos piores momentos da minha curta carreira. É completamente indescritível o cheiro insuportável que aquilo tem. De qualquer maneira se alguém quiser ter uma ideia aproximada é preciso multiplicar por 100 mil a sensação perfumada de quando passamos por um daqueles contentores verdes da rua ou quando o camião do lixo se atravessa no nosso caminho. Depois, basta acrescentar o odor simpático que sai dos montes de lamas dos esgotos da ETAR (um acumular dos nossos excrementos e etc) para ter uma pequena noção. O mais grave é que aquilo vai tudo para baixo de terra (para contaminar lençois de água, por exemplo) e plantam ervinhas por cima como se nada fosse. Tudo o que está naquele local não é reciclado e são simplesmente milhares de toneladas....
Mais grave:
-Há pessoas que trabalham ali e se recusam a utilizar máscaras porque fazem calor!!!!!
-A responsável pela comunicação disse-me que agora se tem feito lá imensas visitas de estudo de escolas primárias (Please, venha o Cristo Rei e a Torre de Belém!)
-O falcoeiro que fui entrevistar passa lá os dias, de sol a sol, e quando não há aves para afugentar fica parado a pintar (será que há imaginação que resista no meio de tanta m...?)Pior: quando lhe perguntei se gostava do seu trabalho, respondeu: "Se não gostasse não estava aqui".
Eu, jurei para nunca mais...senti-me nauseabunda e só lá estive uma hora e pouco. Há profissões que nunca escolheria. Como é que é possível querer trabalhar ali?